Entenda o que significa CRI e CRA e conheça as formas de investir (Jirayu Siritorn/EyeEm/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2020 às 15h41.
Última atualização em 11 de julho de 2022 às 14h46.
Os títulos de crédito são uma opção de investimento em renda fixa que pode entregar mais retorno do que aplicações tradicionais, como o Tesouro Direto, os CDBs e até a poupança. Alguns desses investimentos foram criados para fomentar o crescimento de determinados setores da economia. Assim, os CRIs e CRAs são exemplos de títulos de crédito que podem trazer mais rendimento para a carteira do investidor.
CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) são títulos de renda fixa lastreados em créditos imobiliários, como financiamentos e contratos de aluguel de longo prazo, e crédito agrícolas, como financiamentos para custeio de produção agropecuária.
Quem investe em um desses papéis ajudará a financiar o mercado de imóveis ou o setor do agronegócio, respectivamente, comprando a promessa de um pagamento futuro.
Na prática, o investidor que adquire um CRI ou um CRA está se tornando credor de um projeto imobiliário ou agrícola.
Tomando como exemplo um CRI de um condomínio residencial: o construtor desse condomínio pode emitir títulos de CRI no mercado para custear a obra daquelas casas ou apartamentos. Conforme as unidades residenciais forem vendidas, o construtor colherá lucro sobre aquele projeto e fará o pagamento dos investidores que compraram o CRI.
O CRI é muito parecido com a LCI (Letra de Crédito Imobiliário), também lastreada no mercado imobiliário. A principal diferença é o emissor do papel. Enquanto a LCI é emitida por uma instituição financeira, o CRI é emitido por companhias securitizadoras de recebíveis imobiliários.
São essas empresas as responsáveis por adquirir os créditos imobiliários e transformá-los em títulos líquidos. Dessa forma, do ponto de vista do emissor, o CRI é um instrumento de captação de recursos para financiar transações e projetos do mercado imobiliário.
Já do ponto de vista do investidor, o CRI é uma forma de entrar no mercado imobiliário com aporte mínimo menor.
O CRI é um investimento de renda fixa, por isso as formas mais comuns de rentabilidade desse investimento são taxas prefixadas ou pós-fixadas atreladas a um percentual do CDI, do IPCA ou até o IGP-M.
Assim como o CRA, a LCI e a LCA, o CRI tem uma vantagem sobre outros investimentos da renda fixa: é isento de Imposto de Renda. Por outro lado, como são emitidos por securitizadoras imobiliárias - e não instituições financeiras, como é o caso das LCIs - os CRIs não contam com a garantia do FGC.
É possível investir em CRIs por meio de uma corretora, comprando diretamente os papeis. Também é possível investir em fundos de investimento que investem em CRIs, os chamados Fundos de Investimento Imobiliário, ou FIIs.
Para investir nesses ativos, o primeiro passo é abrir uma conta em uma corretora, porque a corretora é a instituição responsável por executar as ordens de compra e venda, mesmo que elas sejam feitas pela internet.
Em seguida, o investidor deverá preencher um questionário de suitability, que serve para descobrir qual é seu perfil de risco. O questionário apresenta perguntas sobre os objetivos do investidor, a sua tolerância às perdas e os prazos para resgate das aplicações.
No fim, o investidor descobrirá se tem perfil conservador, moderado ou arrojado. O perfil sugere a adesão a diferentes aplicações, sendo as de maior risco indicadas para os perfis moderados e arrojados.
Uma vez que o investidor já sabe o seu perfil de risco, basta navegar pelas categorias de ativos para acompanhar as cotações e as posições de investimentos.
O CRA, ou Certificado de Recebíveis do Agronegócio, é um título de renda fixa lastreado em dívidas do setor agrícola. Assim, quem investe em um desses papéis está comprando o rendimento de créditos concedidos para o financiamento do agronegócio. Em outras palavras, está ajudando a financiar a atividade agropecuária.
O CRA é muito parecido com a LCA, também lastreada no agronegócio. A principal diferença é o emissor do papel. Enquanto a LCA é emitida por uma instituição financeira, o CRA é emitido por companhias securitizadoras. Por isso, não conta com a garantia do FGC. Com isso, o risco pode ser maior que o de investir em uma LCA, mas a rentabilidade também.
Os CRAs e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) se diferem da mesma forma que os CRIs e LCIs. As LCAs são emitidas por instituições financeiras e têm o propósito de custear projetos do setor agrícola.
Os CRAs, embora tenham o mesmo propósito de fomento ao setor, são emitidos por companhias securitizadoras de recebíveis agrícolas.
Ou seja: ao comprar um LCA, o investidor estará "emprestando" dinheiro para uma instituição financeira, que repassará os recursos para um produtor ou empresário ligado ao setor agrícola. Já quando o investidor compra um CRA, seu credor é diretamente o produtor ou empresário em questão.
O CRA é um investimento de renda fixa, por isso, as formas mais comuns de rentabilidade desse investimento são taxas prefixadas, pós-fixadas atreladas a um percentual de um indexador como CDI ou do IPCA, ou rendimento híbrido, que reúne uma taxa prefixada e uma pós-fixada.
Assim como o CRI, a LCI e a LCA, o CRA tem uma vantagem sobre outros investimentos da renda fixa: é isento de imposto de renda.
É possível investir em CRAs por meio de uma corretora, comprando os papéis na sua palataforma. Também é possível investir em CRA comprando o título diretamente do emissor ou de outros investidores, no mercado secundário.