Invest

O que é Base Monetária e qual a sua importância econômica?

Entender o funcionamento da base monetária é fundamental para quem quer começar a investir

Brazilian Money (Real/Reais) (Getty/Getty Images)

Brazilian Money (Real/Reais) (Getty/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2022 às 11h00.

Base monetária é um conceito fundamental na política econômica de um país, pois traz consequências graves à economia.

Sendo assim, entender o funcionamento da base monetária é fundamental para quem quer começar a investir.

O que é Base Monetária?

Base monetária consiste no total de moeda que está em circulação na economia, somado às reservas bancárias que os bancos comerciais mantêm desta no Banco central (Bacen). Ou seja: é a parcela mais líquida da oferta da moeda na economia.

Ou seja: esse é um fator fundamental para entender mais sobre a circulação de moeda na economia e como se dão essas interações.

Sendo assim, entender o que é base monetária é muito importante para saber como os diversos tipos de investimentos podem performar.

Isso porque essa base acaba por influenciar importantes indicadores econômicos de um país, como a inflação, o que impacta todos os tipos de investimentos.

É por esses motivos que diversos especialistas em economia estudam de forma sistemática o desenvolvimento da base monetária de um país.

Quem define a Base Monetária?

A definição da base monetária é tarefa do Banco Central (conhecido também como Bacen). Portanto, é esse órgão que cuida da gestão da oferta e demanda da moeda.

De fato: uma das funções essenciais desse órgão é manter o poder de compra da moeda, e para isso é importante controlar a base monetária.

Sendo assim, com a eficiente gestão deste indicador econômico, é possível permitir um crescimento sustentável da economia local e o controle dos níveis de inflação.

Dessa forma, é possível que o mercado de capitais se desenvolva e que as ações do índice Ibovespa, por exemplo, possam captar recursos e crescer.

O que é M1, M2, M3 e M4?

A oferta da moeda possui diferentes classificações dependendo de sua liquidez na economia.

Ela possui quatro classes principais:

  • M1: base monetária + depósitos à vista;
  • M2: M1 + aplicações financeiras de curto prazo;
  • M3: M2 + cotas de fundos de renda fixa;
  • M4: M3 + outros títulos (ex.: títulos privados).

Sendo assim, conforme o grau de liquidez vai diminuindo, a oferta da moeda tende a se tornar mais abrangente.

Como funciona a Base Monetária?

O Banco Central, para atuar na oferta da moeda, pode utilizar um recurso conhecido como multiplicador bancário. É dessa forma que se controla a base monetária.

Os bancos têm o poder de emprestar recursos para empresas e pessoas na economia. No entanto, o total que estes podem emprestar é proporcional à reserva bancária que eles devem ter junto ao Bacen.

Por exemplo, se uma pessoa deposita R$500 no banco, esse valor não fica parado: ele é emprestado a terceiros na forma de crédito.

Entretanto, o banco não pode emprestar todo o valor. Ele deve manter uma parte do valor junto ao Banco Central para garantir que o sistema se manterá estável, provendo liquidez em casos de resgate.

Assim, o Bacen define qual a quantidade que o banco deve manter em reserva. Assim, quanto maior for a reserva a ser mantida, menos o banco poderá emprestar.

Isso atua controlando a oferta de moeda na economia e, portanto, controlando a base monetária.

Como calcular o Multiplicador Bancário?

Para compreender o conceito de multiplicador bancário, é possível fazer uso de cálculos simples, sem entender conceitos aprofundados de contabilidade.

A fórmula do multiplicador bancário é:

  • M = 1/R
  • R = percentual de reserva exigido pelo Bacen;
  • M = multiplicador monetário.

Por exemplo: se o Banco Central definir o R como 30%, o cálculo ficará da seguinte forma:

1/0.4 = 2,5

Sendo assim, se uma pessoa depositar R$1000, esse dinheiro se transformará em R$2500 na economia. 

Por outro lado, se o Bacen diminuir esse valor para 20%, o resultado final será 1/0,2 = 5. Ou seja, os mesmos R$1000 podem se tornar R$5000 a serem emprestados.

Ou seja: isso pode definir muitos fatores que impactam os ativos financeiros, sejam de renda variável ou até mesmo ativos de renda fixa.

Para que serve a Base Monetária?

A função da base monetária é controlar a oferta da moeda no país, o que pode afetar a economia local de forma relevante.

Por exemplo: se o Bacen define que os bancos devem guardar mais dinheiro e emprestar menos, as instituições financeiras vão ter mais cuidado na hora de emprestar dinheiro para seus clientes. 

Assim, é capaz de menos pessoas e empresas conseguirem capital, o que diminui a circulação de dinheiro na economia.

Como resultado, o consumo diminui e, com isso, a inflação reduz também, uma vez que há menos demanda por produtos e serviços.

Por outro lado, quando se deseja estimular o consumo, é possível aumentar o dinheiro em circulação, o que estimula as pessoas a gastarem mais. 

Ou seja: junto com o controle da taxa Selic, esse é um importante mecanismo da política fiscal do governo, que deve controlar a base monetária da maneira mais apropriada para o longo prazo.

Você ainda tem alguma dúvida sobre o funcionamento da base monetária na economia e sua importância? Confira outros conteúdos como esse em nosso Guia de Investimentos, como:

O que é benchmark?
O que é mercado externo?
Como funciona o financiamento imobiliário?

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

Mais de Invest

Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney

“Não existe crise no agro”: como BB vai lidar com baque em uma de suas principais linhas de crédito

Ibovespa opera de lado com mercado repercutindo IBC-Br acima do esperado

Informações sobre possíveis valores do pacote fiscal, IBC-Br e Powell: o que move o mercado