Polêmico, o insider trading pode desequilibrar o mercado econômico (Design Pics/Thinkstock)
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 11h52.
O insider trading é um tema polêmico e amplamente discutido no mercado financeiro. Essa prática envolve o uso de informações privilegiadas para obter vantagem em operações de compra e venda de ativos.
Pode acontecer, por exemplo, quando um executivo de uma empresa que sabe sobre uma fusão lucrativa antes do público e compra ações da companhia para lucrar quando o preço subir após o anúncio oficial.
Além de desequilibrar o mercado, o ato é considerado crime em muitos países, incluindo o Brasil, mas pode ser lícito em situações específicas, desde que respeite as normas estabelecidas pelos órgãos reguladores.
Essas condições garantem que as transações sejam realizadas de forma transparente e igualitária, sem prejudicar outros investidores no mercado. Os principais casos são:
Mesmo em casos de insider trading legal, é fundamental que todas as transações sejam registradas e reportadas às autoridades reguladoras, que as empresas forneçam relatórios públicos detalhando essas operações, quando aplicável, e que não exista benefício pessoal indevido ou desvantagem para outros investidores.
As informações privilegiadas referem-se a dados relevantes que não foram divulgados ao público e que poderiam influenciar o preço de um ativo, como:
A prática pode ser classificada em duas categorias principais: primário e secundário. Ambos estão relacionados ao uso de informações privilegiadas, mas diferem no tipo de envolvimento e acesso às informações.
Esse tipo é realizado diretamente por pessoas que têm acesso exclusivo a informações confidenciais, geralmente devido às suas posições na empresa.
Ocorre quando terceiros, que não têm vínculo direto com a empresa, utilizam informações privilegiadas repassadas por insiders primários.
De acordo com a Lei nº 6.385/1976, o insider trading é ilegal, e quem o comete pode receber pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa de até 3 vezes o valor da vantagem obtida ou da perda evitada. Além do autor direto, quem repassa informações privilegiadas também pode ser responsabilizado, mesmo que não tenha realizado a transação.
A criminalização do ato busca proteger a integridade do mercado financeiro, garantindo que todos os investidores tenham acesso às mesmas informações ao tomar decisões.Compreender o que é insider trading e seus impactos ajuda investidores a identificarem práticas suspeitas e proteger seus próprios investimentos. Além disso, a conscientização sobre o tema contribui para fortalecer a ética e a transparência no mercado financeiro, elementos fundamentais para o desenvolvimento econômico sustentável.
Seja como investidor ou profissional do mercado, conhecer as regras e os riscos do insider trading é indispensável para garantir operações seguras e dentro da lei.