O que é margem EBITDA? (Getty/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 11h00.
Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 10h43.
EBITDA, também conhecida como LAJIDA, é um dos indicadores financeiros utilizados para avaliar uma empresa, porque auxilia a entender o fluxo de caixa de uma empresa.
Sendo assim, analisar o EBITDA é fundamental para todos aqueles que querem adquirir ações de empresas listadas na bolsa de valores.
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EBITDA é a sigla em inglês para Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou em português, Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (LAJIDA). O EBITDA é um indicador financeiro muito usado para avaliar empresas na bolsa de valores, informando o lucro da companhia antes dos descontos com impostos, juros, amortização e depreciação.
Sendo assim, o EBITDA é um indicador que retira aqueles custos que não estão diretamente relacionados às atividades operacionais da empresa.
De fato, esse é um indicador muito importante, sendo usado até mesmo por grandes gestores de fundos de investimento na hora de tomar decisões de alocação de capital.
Ou seja: diferente do lucro líquido, esse indicador vai mostrar o resultado operacional da empresa juntamente com a depreciação e amortização. Mostra, portanto, a geração de caixa com as operações da empresa.
Justamente por causa de sua importância para avaliar uma empresa na bolsa de valores, é fundamental entender o que é EBITDA e como ela pode funcionar na tomada de decisões na hora de investir.
A diferença entre EBIT e EBITDA está nos descontos que são feitos. O EBIT (Earnings Before Interest and Taxes) representa o lucro antes de descontar os juros e impostos. Já o EBITDA (Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation, and Amortization) inclui, além do EBIT, a depreciação e a amortização.
Enquanto o EBIT mostra a capacidade operacional de uma empresa, o EBITDA proporciona uma visão mais abrangente, excluindo despesas não relacionadas ao funcionamento direto. São duas métricas fundamentais para quem quer começar a empreender.
A margem do EBITDA é uma medida da rentabilidade de uma empresa, expressa como a porcentagem do EBITDA em relação à receita total. Calcula-se dividindo o EBITDA pela receita e multiplicando por 100 para obter a porcentagem.
Uma margem do EBITDA mais alta geralmente indica uma operação mais eficiente, enquanto uma margem mais baixa pode sugerir desafios operacionais ou pressões de custos. Outro tipo de margem importante para as empresas é a margem de lucro.
O EBITDA ajustado refere-se ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, com certos ajustes feitos para refletir melhor a realidade econômica da empresa.
Esses ajustes podem incluir itens extraordinários, despesas não recorrentes ou mudanças contábeis específicas. O objetivo é apresentar uma visão mais precisa do desempenho operacional, excluindo fatores temporários ou não relacionados ao negócio principal.
O EBITDA é um indicador que pode ser lido na Demonstração de Resultado do Exercício, uma das demonstrações financeiras mais importantes de qualquer empresa.
Sendo assim, esse indicador vai mostrar a geração de receita operacional – ou seja, a geração de caixa que a empresa é capaz de fazer antes de uma série de descontos.
Por isso, é fundamental entender quais descontos são esses, pois podem ser muito úteis na hora de avaliar um ativo de renda variável.
Em primeiro lugar, há os juros, que consistem nos gastos com juros de empréstimos e financiamentos, além de receitas de aplicações financeiras da empresa. No primeiro caso, há saída de caixa da empresa; no segundo, entrada de caixa.
Em segundo lugar estão os impostos, que são despesas com impostos federais, estaduais e municipais. Dependendo do setor e tamanho da empresa, o percentual de impostos será maior ou menor. Representa saída de caixa.
Além disso, há a depreciação, que consiste na redução do valor contábil de ativos físicos (como imóveis, maquinários e outros) por motivos de uso ou desgaste natural. Consiste em saída de caixa.
Por fim, ocorre a amortização, que consiste na redução do valor contábil de um ativo intangível (como patentes, licenças de softwares, direitos de uso de algum bem natural, etc.) por motivo de duração de contrato, direito limitado e outros.
Assim fica fácil saber como funciona o EBITDA: é só usar o valor de receita operacional e depois fazer os descontos devidos.
A resposta quando se pergunta para que serve o EBITDA é simples: esse indicador é uma forma de analisar a geração de caixa que uma empresa é capaz de ter.
Esse tipo de avaliação é fundamental, uma vez que é possível avaliar o andamento do resultado operacional da empresa ao longo do tempo.
Dessa forma, é possível que investidores avaliem a empresa e verifiquem se ela está se tornando lucrativa financeiramente falando. Assim, o investidor pode avaliar se a empresa tem potencial de rentabilidade dessa forma.
O LAJIDA (nome em português dessa métrica) também é um indicador interessante para se usar entre empresas de um mesmo setor, uma vez que compara a eficiência entre concorrentes de uma mesma demanda de mercado.
Por fim, esse indicador é muito usado para ver o desempenho da empresa, retirando as distorções provenientes de financiamentos, depreciações e outros quesitos não relacionados diretamente com a empresa.
Para calcular o EBITDA, basta considerar o resultado líquido da empresa (ou seja, não se deve usar o resultado bruto) e diminuir dele os custos pagos com juros, impostos, depreciações e amortizações no período de apuração.
Dessa forma, o cálculo do EBITDA ocorre da seguinte forma:
EBITDA = Resultado Líquido - Juros - Impostos - Depreciação - Amortização
Há casos em que os juros podem somar valores ao resultado líquido, uma vez que a empresa pode ter investimentos que geram juros ou dividendos.
Como pode-se ver, esse é um cálculo simples e que não existe conhecimentos detalhados de matemática ou contabilidade. Ou seja: até mesmo aqueles que estão começando a investir conseguirão fazer os cálculos.
Vale notar que muitas vezes fazer o cálculo não é necessário, pois ele já vem pronto na DRE das empresas. Como a empresa passa por auditorias internas e externas, os resultados costumam ser confiáveis.
O lucro operacional é uma métrica financeira importante calculada subtraindo-se dos rendimentos totais os custos operacionais e as despesas operacionais de uma empresa. A fórmula do lucro operacional é:
Lucro Operacional = Receitas Totais - (Custos Operacionais + Despesas Operacionais). As receitas totais representam todas as vendas ou serviços gerados pela atividade principal da empresa.
Os custos operacionais incluem despesas diretas relacionadas à produção ou prestação de serviços, enquanto as despesas operacionais englobam os custos indiretos associados à administração e à operação regular.
De fato, o EBITDA deixa mais claro a receita operacional da empresa, pois com os gastos com juros e outros descontos, pode não ficar tão claro o quanto a empresa gera de valor.
Por exemplo: uma empresa pode estar passando por um momento de muitas despesas com juros e dívidas, mas isso pode ser temporário.
Sendo assim, pode ser que ela apresente resultados insatisfatórios em um primeiro momento, mas tenha tudo para melhorar no futuro com a quitação de suas dívidas (o que pode gerar uma boa valorização de suas ações).
Ou seja: sem a análise do EBITDA de uma empresa, o investidor poderia fazer a análise de que o lucro da empresa é muito pequeno, deixando de alocar capital em suas ações.
Isso pode acontecer com impostos, depreciação e amortização também. Caso essas sejam despesas de curto prazo, a empresa pode melhorar e se tornar um investimento que distribui muitos dividendos no futuro.
Assim, fica claro que o EBITDA tem um funcionamento bastante útil para avaliar as atividades da empresa de forma mais clara.
No entanto, é fundamental entender alguns detalhes na hora de avaliar uma empresa disponível na bolsa, pois olhar para um indicador isolado pode gerar distorções.
Por isso, é sempre importante avaliar uma empresa usando diversos indicadores e entendendo como funciona o negócio. Assim, é possível tomar decisões de investimento muito melhores.
Não há um EBITDA "ideal" universal para todas as empresas, pois isso varia significativamente entre setores e depende das características específicas de cada negócio.
Setores de capital intensivo, como manufatura, geralmente têm EBITDA mais baixos, enquanto setores tecnológicos podem ter margens mais altas. Mas, mesmo nesses casos, pode haver diferenças importantes entre cada empresa.
É crucial considerar a comparação com concorrentes do mesmo setor e analisar a consistência ao longo do tempo, além de avaliar outros conceitos fundamentais que permitem empreender, mesmo que se tenha pouco dinheiro disponível.
Além disso, a saúde financeira, necessidades de investimento e estrutura de capital da empresa devem ser consideradas ao avaliar a adequação do EBITDA.
Aumentar o EBITDA de uma empresa envolve melhorar a eficiência operacional e otimizar a gestão financeira. Estratégias incluem aumentar as receitas através de um mix de produtos mais lucrativo, otimizar os custos operacionais e buscar eficiências nos processos.
Redução de despesas desnecessárias, negociação de melhores termos com fornecedores, e implementação de práticas de gestão eficazes são cruciais. Investir em tecnologias que aumentem a produtividade e a automação também pode impulsionar a eficiência.
Além disso, estratégias de precificação inteligentes e expansão de mercado podem contribuir para o crescimento do lucro bruto e, possivelmente, até mesmo com o lucro.
A gestão efetiva do capital de giro, a redução da inadimplência e a gestão cuidadosa dos investimentos são práticas financeiras que impactam positivamente o EBITDA.
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