Crédito: títulos do setor se mantém atrativos, mas é necessário ser seletivo (Getty/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2022 às 18h00.
Dívida bruta é um importante indicador de endividamento na hora de avaliar a saúde financeira de qualquer empresa.
Por isso, é muito importante saber como funciona a dívida bruta na hora de investir na hora de escolher uma ação para investir.
Dívida bruta consiste na soma de todos os compromissos financeiros de uma empresa. Ou seja: trata-se de todas as dívidas que uma companhia contraiu ao longo do tempo e que ainda não foram pagas. Isso vale tanto para dívidas de longo prazo quanto para dívidas de curto prazo.
Vale notar que dívidas de curto prazo são aquelas com prazo de pagamento de até um ano. Por outro lado, dívidas de longo prazo são as com prazo de pagamento de mais de um ano.
Por isso ela é tão usada na hora de avaliar uma empresa na bolsa de valores: sua função é ver como anda o endividamento de uma companhia e avaliar se ele está saudável.
Além disso, esse conceito pode ser traduzido também como as obrigações financeiras que as companhias tomam para uma função em seu negócio.
Por exemplo: a empresa pode fazer um financiamento para ter capital de giro, para crescer suas operações ou até mesmo para se reestruturar.
Sendo assim, fica clara a importância de saber o que é dívida bruta e entender mais sobre seu funcionamento.
Mas para que serve a dívida bruta? A resposta é simples: ela auxilia o investidor a entender o grau de endividamento e a alavancagem de uma companhia.
Com isso, é possível ver se a empresa contraiu dívidas demais ou ainda está em um nível saudável de endividamento.
Esse é, de fato, um fator muito importante na análise fundamentalista de um negócio. Entretanto, muitos investidores não o utilizam em sua análise de investimento.
Mas bons gestores de fundo de ações, por exemplo, olham atentamente para essa métrica na hora de tomar decisões de em que empresa alocar capital.
Uma empresa pode ter ótimas operações, mas, se tiver dívidas muito elevadas, pode acabar não conseguindo arcar com seus compromissos e ter prejuízo - ou até mesmo ir à falência.
Portanto, a função da dívida bruta, que é fornecer caixa para que a empresa mantenha suas operações, vai por água abaixo e é responsável por mais problemas na empresa.
A diferença entre dívida bruta e dívida líquida é algo fundamental de entender, pois, apesar de terem nomes similares, têm significados diferentes.
Em primeiro lugar, a dívida bruta é representada pelo total de compromissos financeiros que uma empresa precisa pagar (como já foi dito anteriormente).
Por outro lado, a dívida líquida consiste nos compromissos financeiros que uma companhia precisa arcar descontando-se o valor do caixa líquido.
Ou seja: se a empresa tiver algum dinheiro em caixa, subtrai-se esse valor da dívida bruta e obtém-se a dívida líquida. A empresa pode deixar esse caixa no tesouro direto ou em um fundo de renda fixa para evitar volatilidade.
Por exemplo: uma empresa que um investidor iniciante está analisando tem R$ 50 milhões em dívidas. Esse é o valor de sua dívida bruta. No entanto, essa mesma empresa tem R$ 15 milhões em seu caixa líquido.
Ou seja: o valor da dívida líquida será de apenas R$ 35 milhões, pois ocorre a subtração entre esses dois valores.
É possível, inclusive, que haja um saldo positivo quando seja feita essa subtração (ou seja, a empresa tem dinheiro em caixa o suficiente para quitar suas dívidas e guardar o excedente). Nesse caso, tem-se uma dívida líquida negativa.
Mas, se existem empresas que podem quitar todas as suas dívidas com o seu caixa, por que elas não fazem isso?
O motivo é simples: empresas podem conseguir capital muito barato para seus financiamentos. Sendo assim, as taxas de juros são tão atrativas que não vale a pena diminuir o endividamento naquele momento.
Por isso, é natural e até mesmo saudável que uma companhia contraia dívidas para as suas operações (ainda que, teoricamente, não precisasse).
Muitos gestores experientes de fundos de investimentos veem endividamento como uma métrica positiva, desde que este seja bem controlado.
Para analisar a dívida bruta de uma companhia, é simples: não é necessário fazer nenhum cálculo complexo, pois esses valores já estão disponíveis nos demonstrativos financeiros das empresas.
Ou seja: basta ir no site de relacionamento de investidores das empresas de capital aberto e baixar os documentos das demonstrações financeiras para entender como anda o endividamento de uma empresa.
De forma geral, empresas muito endividadas podem não estar muito bem com suas operações. Mas é preciso tomar cuidado para não fazer uma análise precipitada.
Isso porque a companhia pode estar se alavancando para crescer as suas operações. É comum ver empresas em estágio de crescimento tomando muito crédito para crescer.
Assim, por mais que uma empresa possa ser endividada agora, ele pode crescer e distribuir muitos dividendos no futuro.
Por isso, é fundamental analisar uma ação em diversos aspectos. Dessa forma, é possível fazer uma análise fundamentalista de qualidade.
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