É importante acompanhar as decisões do Banco Central e as expectativas do mercado sobre a inflação (Towfiqu Photography/Getty Images)
Publicado em 24 de abril de 2025 às 16h38.
Última atualização em 24 de abril de 2025 às 16h49.
A inflação é um dos principais vilões da economia, especialmente para quem busca investir de forma segura e previsível, como é o caso dos investimentos em renda fixa. Embora esses ativos possam parecer uma boa alternativa para proteger o patrimônio, a alta dos preços pode corroer o poder de compra dos rendimentos, tornando essencial compreender como se proteger. Quando a inflação sobe, o retorno nominal dos investimentos pode parecer atrativo, mas o ganho real, aquele que desconta os efeitos da inflação, pode ser muito menor — ou até negativo.
Os índices de inflação são determinantes para calcular o retorno efetivo dos investimentos em renda fixa. Quando a inflação está alta, o que o investidor recebe de volta em termos absolutos pode ser inferior ao que foi investido inicialmente. Isso porque a inflação reduz o poder de compra da moeda, ou seja, mesmo que o rendimento nominal seja alto, o ganho real (considerando a inflação) pode ser insignificante.
A inflação afeta diretamente a rentabilidade de diversos tipos de investimentos em renda fixa, como os títulos prefixados, pós-fixados e atrelados à inflação. Cada tipo de ativo tem uma reação diferente diante do cenário inflacionário. Enquanto os títulos prefixados podem perder seu apelo quando a inflação supera as expectativas, os títulos atrelados à inflação, como o Tesouro IPCA+, oferecem uma proteção maior, garantindo que o retorno acompanhe a variação dos preços.
Títulos prefixados
Pagam uma taxa de juros fixa ao longo do período de investimento. No entanto, se a inflação subir mais do que o esperado, o retorno real diminui, podendo até gerar perdas em termos reais. Isso acontece porque o rendimento acordado no momento da compra não acompanha o aumento do custo de vida.
Títulos pós-fixados (ex: Tesouro Selic)
Esses títulos acompanham a taxa básica de juros, a Selic, que tende a subir quando a inflação está alta. Como a Selic é ajustada para conter a inflação, os títulos pós-fixados podem proteger o investidor da perda do poder de compra, ajustando seu rendimento de acordo com a variação da taxa de juros.
Títulos atrelados à inflação (ex: Tesouro IPCA+)
Esses são os investimentos mais seguros para proteger contra a alta dos preços, pois pagam uma taxa fixa mais a variação do IPCA, o índice da inflação oficial. Com isso, o investidor tem a garantia de um retorno real positivo, independente da inflação.
Investir em títulos atrelados à inflação: os títulos como o Tesouro IPCA+ são ideais para quem busca proteção contra a inflação. Além de garantir a variação do IPCA, esses títulos ainda pagam uma taxa fixa, o que assegura que o rendimento real seja sempre positivo.
Optar por títulos pós-fixados que acompanham a Selic: quando a inflação sobe, o Banco Central tende a aumentar a Selic para conter os preços. Investir em títulos como o Tesouro Selic ou CDBs atrelados ao CDI pode ser uma forma eficaz de acompanhar a alta da taxa de juros, reduzindo os riscos de perda real.
Diversificar a carteira de investimentos: uma das melhores formas de proteger seu portfólio contra a volatilidade inflacionária é diversificar os tipos de ativos. Ao combinar títulos prefixados, pós-fixados e atrelados à inflação, você equilibra os riscos e pode aproveitar diferentes cenários econômicos.
Além de escolher os ativos certos, é importante acompanhar as decisões do Banco Central e as expectativas do mercado sobre a inflação. Isso ajudará a ajustar a sua carteira de investimentos conforme o ciclo de juros e inflação. Observar o cenário econômico e focar em prazos compatíveis com seus objetivos também é essencial para garantir que seus investimentos estejam alinhados com suas necessidades financeiras.
Para quem busca proteção no longo prazo, os títulos atrelados à inflação são uma excelente escolha. Já para quem tem objetivos de curto prazo, os investimentos pós-fixados, como o Tesouro Selic, podem ser mais indicados, pois são mais líquidos e seu valor de mercado tende a oscilar menos com as mudanças nas taxas de juros, oferecendo maior previsibilidade no curto prazo.