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Como investir na Bolsa de Valores: guia prático com tudo o que você precisa saber

Cenário de queda de juros abre grandes oportunidades dentro da renda variável

 (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

(Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 26 de março de 2024 às 06h00.

Ter exposição a renda variável por meio da Bolsa de Valores será um grande diferencial na construção e evolução patrimonial dos investidores, já que é por meio dela que se torna possível ser sócio das maiores empresas do país.

Por esse motivo, hoje você irá entender tudo sobre a bolsa de valores, desde o seu funcionamento até os ativos presentes nela.

O que é Bolsa de Valores?

A bolsa de valores é o ambiente onde empresas e investidores podem realizar operações de compra e venda de ações e ativos como contratos futuros, opções, fundos imobiliários e BDRs.

Dessa maneira, a bolsa de valores tem como principal característica ser responsável pela intermediação das negociações, garantindo que as operações sejam liquidadas e, muito mais do que isso, que ocorram de forma segura para todos os agentes envolvidos.

Como ela é uma intermediadora, para que seja possível investir na bolsa de valores o investidor deve abrir uma conta em uma corretora de valores mobiliários, que será a ponte entre ele e a bolsa de valores.

No Brasil, existe apenas uma bolsa de valores, a B3, e o principal índice de mercado negociado nela é o Ibovespa.

O que é o índice Ibovespa?

Para saber se a bolsa de valores está subindo, caindo ou está lateralizada, isto é, sem uma direção definida, o mercado utiliza um indicador, que visa facilitar essa análise, o índice Ibovespa.

Do mesmo modo que a Nasdaq e o S&P500, o Ibovespa é uma carteira teórica onde estão incluídas as principais ações negociadas no mercado brasileira que foi criado no ano de 1968 e se tornou referência para o mercado de ações nacional.

Importante lembrar, que o Ibovespa representa uma parcela das ações negociadas dentro da bolsa de valores e, muitas ações menores e com pouco volume não entram na carteira teórica.

Para que uma ação esteja dentro do índice existem alguns pré-requisitos e, de 4 em 4 meses a carteira é revisada, isto é, ativos entram e saem da carteira de tempos em tempos.

Quais são os produtos da Bolsa de Valores?

As possibilidades de investimento na bolsa de valores podem ser divididos em 6 grandes grupos, sendo os mais conhecidos o mercado de ações e, particularmente nos últimos anos, o mercado de fundos imobiliários.

Porém, existem outros produtos que são negociados dentro da bolsa de valores e que são muito importantes dentro do mercado.

Agora, você irá entender um pouco de cada um dos produtos negociados dentro da bolsa de valores.

Ações

A definição clássica para as ações é que elas são uma porção do capital de uma empresa que é 

negociado dentro da bolsa de valores e que pode ser comprado por qualquer investidor.

Nesse sentido, ao comprar ações o investidor se torna sócio daquela empresa e, do mesmo modo que os demais sócios, tem direito de receber a divisão de lucros, que geralmente é paga por meio de dividendos, bem como participa da gestão da empresa, em alguns casos.

Fundos Imobiliários

Os fundos imobiliários se tornaram os queridinhos do mercado de renda variável em virtude do pagamento mensal dos aluguéis aos seus cotistas.

De modo geral, o fundo imobiliário é um investimento coletivo onde um gestor aloca os recursos captados na compra de imóveis comerciais, residenciais, galpões logísticos e, em alguns casos, papéis de renda fixa, como os Certificados de Recebíveis Imobiliários.

Pela isenção de imposto de renda nas distribuições dos valores de aluguel, os FIIs ganharam muito espaço nas carteiras dos investidores desde o ano de 2019.

Exchange Traded Fund (ETF)

Os ETFs, por sua vez, são a maneira mais simples do investidor ter acesso ao mercado de ações e, mais do que isso, é a maneira mais barata.

Os Exchange Traded Fund funcionam como um fundo de investimento tradicional, porém são negociados dentro da bolsa de valores e contam com uma das principais características importantes para quem deseja investir na bolsa de valores, a diversificação.

Com apenas um produto o investidor consegue se expor nas mais variadas ações e mercados, o que facilita a sua gestão e reduz muito as possibilidades de tomar decisões erradas no momento de escolher papéis de forma individual. 

Brazilian Depositary Receipt (BDR)

Os BDRs são a primeira maneira do investidor se expor aos mercados internacionais, uma vez que eles se caracterizam por permitir que o investidor tenha acesso às maiores empresas do mundo.

É por meio dos Brazilian Depositary Receipt que o investidor consegue comprar as ações de empresas como Amazon, Tesla, Apple, Coca Cola, entre outras.

Importante lembrar, que o BDR é um recibo das ações que são negociadas lá fora, portanto apresenta características diferentes da compra direta dos papéis, mas do mesmo modo que as ações brasileiras, o investidor recebe os proventos pagos pelas empresas americanas.

Mercado Futuro

O mercado futuro é onde os investidores conseguem realizar operações para especulação e, na maior parte dos casos, para proteção.

No mercado futuro são negociados contratos que possuem uma data de “vencimento” e, a depender da estratégia adotada é possível ganhar tanto com a alta quanto com a queda dos mercados.

O mercado futuro é muito comum em operações com o Ibovespa e as principais commodities negociadas dentro da bolsa.

Opções

Talvez um dos ativos mais complexos presentes no mercado de renda variável, as opções são contratos de direitos e deveres que, além de ser utilizado como proteção, também são utilizados para especulação e, em alguns casos, para gerar renda.

As opções possuem muitas variáveis que impactam seu preço e, do mesmo modo que no mercado futuro, cada uma delas possui um vencimento.

Geralmente as opções são de ações, onde o investidor consegue se expor às variações dos ativos sem tê-los em carteira, apenas por meio desse derivativo.

Como investir na Bolsa de Valores? Passo a passo

Investir na bolsa de valores é um grande passo para quem busca a criação de um patrimônio e, com o cenário de queda de juros iniciado no Brasil e, a partir do início do ciclo de queda de juros nos Estados Unidos, as ações serão uma das classes de ativos mais buscadas pelos investidores.

Porém, para que você possa se encontrar nesse mercado, é importante entender que existem algumas formas de se expor a esse mercado, com diversas estratégias e diferentes possibilidades de retornos, o que vai depender muito dos seus objetivos.

Para que você possa começar a investir na bolsa de valores, será essencial seguir alguns passos:

  1. Abrir sua conta em uma corretora de valores mobiliários;
  2. Definir qual a estratégia irá adotar;
  3. Defina se irá operar sozinho pelo Home Broker ou se irá utilizar o serviço da mesa de traders da sua corretora;
  4. Estude muito o mercado e, após isso, passe a escolher as ações, fundos imobiliários e ETFs que irão compor o seu portfólio;
  5. Lembre-se que investir na bolsa de valores é para o longo prazo, portanto cuidado ao se aventurar em estratégias de curto prazo sem conhecimento e sem as ferramentas necessárias.

Como investir em ações que pagam dividendos?

Investir em ações que pagam dividendos é, sem dúvidas, uma das estratégias mais buscadas pelos investidores que querem construir uma renda passiva.

Assim, o primeiro passo para quem deseja investir em uma carteira de ações com foco em dividendos é estudar quais são as ações que se enquadram dentro desse perfil.

Para isso, você deverá entender qual é o histórico de pagamento de dividendos da empresa, saber se é um pagamento recorrente ou pontual nos últimos trimestres.

Também será importante analisar o momento da empresa, já que algumas podem segurar os lucros para investir na expansão dos negócios e, além disso, analisar o indicador chamado dividend yield, para ter noção de quanto a empresa pagou nos últimos 12 meses.

Como investir em Fundos Imobiliários na Bolsa de Valores?

Assim como as ações de dividendos, os fundos imobiliários são procurados pelos investidores em virtude do pagamento recorrente de proventos.

Entretanto, muito além de olhar para o pagamento de proventos, o investidor, para investir em fundos imobiliários na Bolsa de Valores, deve entender que existem algumas categorias de FIIs e, que cada uma delas apresenta suas particularidades.

Nesse sentido, é possível encontrar fundos imobiliários de tijolo (possuem os imóveis em seu portfólio), os de papel (possuem certificados de recebíveis imobiliários na carteira e não necessariamente imóveis) e os híbridos (compostos por imóveis, CRIs e outros fundos imobiliários).

Para encontrar os fundos imobiliários dentro do home broker de sua corretora lembre-se sempre que o ticker deles seguirá o padrão ABCD11.

Além disso, ao analisar os fundos imobiliários lembre-se sempre de avaliar os contratos, os papeis que estão lá dentro, o nível de vacância e demais fatores que podem impactar o valor da cota.

Como investir em BDRs na Bolsa de Valores?

Como já mencionado, os BDRs são uma primeira forma do investidor brasileiro expor o seu patrimônio as empresas internacionais, basicamente as ações norte-americanas, mas também as ações de empresas chinesas e de outros países.

O código para que você tenha acesso aos BDRs é sempre no padrão ABCD34 e, a análise desses papéis pode ser realizada com base nas divulgações de resultados das empresas lá nos Estados Unidos.

Por se tratarem de papéis negociados, em sua maioria, nas bolsas de valores norte-americanas, o investidor deve ficar atento a um ponto: os dividendos recebidos são tributados.

Além disso, é importante lembrar que é por meio dos BDRs que o investidor reduz o seu risco país e, de certa forma, se expõe as moedas mais fortes do mundo.

Como investir em ETFs na Bolsa de Valores?

O investimento em ETFs ocorre do mesmo modo que os demais produtos negociados dentro da bolsa de valores. Assim, do mesmo modo que os fundos imobiliários, o código base dos ETFs segue o padrão XYZW11.

Com os ETFs o investidor consegue, com apenas um produtos, construir uma carteira diversificada e, é possível, ainda, construir carteiras apenas com esses produtos.

Isso ocorre, uma vez que já estão disponíveis para investir na bolsa de valores ETFs ligados a metais preciosos, como ouro, economias diversas, como a americana e a chinesa e, até mesmo, para se expor a ativos de renda fixa.

Como investir em Fundos de Ações?

Diferente do que ocorre com os produtos abordados até aqui, para investir no mercado de ações por meio dos fundos não é utilizado o home broker.

Os fundos de investimentos são como uma comunhão de recursos de diversos investidores, que é gerenciado por um gestor, que possui uma estratégia clara e disponível aos cotistas e aqueles que desejam entrar no fundo.

O mercado de fundos de investimentos é repleto de estratégias, por isso é possível encontrar fundos com estratégias de crescimento, dividendos, fundos long and short, fundos de BDR, entre outras alternativas.

Para ter acesso a eles também é necessário ter conta em uma corretora ou em bancos, que também realizam a distribuição dessa modalidade de investimentos. 

Como começar a investir na bolsa com pouco dinheiro?

Sem dúvidas, um dos maiores questionamentos hoje é se existem formas de investir na bolsa de valores para iniciantes, uma vez que nem todos possuem grandes quantias para realizar aportes.

Importante lembrar, que a compra de uma ação, de um ETF ou de um BDR é possível sim com pequenos valores, inclusive, começar com pequenos valores é a realidade da maior parte da população.

Nesse sentido, se você tem R$ 30,00, R$ 40,00, R$ 50,00 por mês para investir, não se preocupe, é possível sim montar uma carteira de investimentos, o importante será a sua disciplina.

Como existem muitas opções de ETFs, ações e Fundos Imobiliários que possuem o valor unitário próximo a R$ 10,00, com pequenas quantias você já começa a criar a sua carteira de ações.

Vale a pena investir na bolsa de valores?

Para entender se vale a pena investir na bolsa de valores, é importante, primeiro, entender qual é o seu perfil de investidor.

Nesse sentido, se você não tem um perfil de moderado para arrojado, investir na bolsa de valores poderá ser um grande pesadelo, em virtude das oscilações diárias de preços.

Assim, se você tem um maior apetite a risco e, conta com profissionais capacitados para te auxiliar nessa jornada, por conta do atual cenário de juros, a bolsa de valores tem se mostrado uma excelente alternativa para a manutenção de lucros médios na casa do 1% ao mês, que os investidores ficaram acostumados com as altas taxas de juros, sem risco.

Com um cenário de queda de juros no Brasil já definido e bem claro e, com sinalizações de queda de juros para os Estados Unidos, a tendência é que ativos que possuem maior risco entreguem maior valor agregado aos investidores.

Por essa razão, se você tem perfil para tomar riscos, investir na bolsa de valores hoje vale sim a pena, uma vez que estamos diante de uma boa janela de oportunidade para encontrar bons ativos baratos no mercado.

Quais são os melhores investimentos na Bolsa de Valores?

Como foi possível perceber até aqui, para investir na bolsa de valores o investidor possui diversos instrumentos, cada um com sua particularidade e, por essa razão, para cada perfil existe um opção que pode ser considerada o melhor investimento.

Assim, com todas as opções disponíveis, o melhor caminho é construir uma carteira diversificada de investimentos, que possua em sua composição boas ações pagadoras de dividendos, bons fundos imobiliários e também alguns ETFs, para que você tenha exposição a outros mercados.

Por isso, ao pensar no melhor investimento, lembre-se antes de montar uma estratégia e definir objetivos para a sua carteira, pois só assim será possível compor um portfólio seguro e aderente ao seu perfil de risco.

Quais são os custos para investir na bolsa de valores?

A maior parte das corretoras de valores mobiliários disponibilizam aos clientes que operam pelos aplicativos ou por meio do home broker sozinhos, isenção nas taxas de corretagem.

Assim, para esses clientes, os custos para investir na bolsa de valores se resumem nos custos da B3, que basicamente são os emolumentos, e são o percentual de 0,003219% cobrado sobre o valor da operação.

Além dos emolumentos, ainda podem existir as cobranças de taxa de corretagem, que é comum para os clientes que têm acesso às mesas de negociações das corretoras e a taxa de custódia, que também é cobrada pelas corretoras para cobrir os seus custos com a B3.

O último custo que o investidor terá ao investir em renda variável, é o imposto de renda, que será cobrado quando ocorrerem vendas com lucro em BDRs, Fundos Imobiliários, ETFs e operações com opções no mercado futuro. Para o mercado de ações, existe a isenção de valores de venda de até R$ 20 mil por mês.

Como declarar investimentos na Bolsa de Valores?

No imposto de renda, o investidor que investir na bolsa de valores precisa declarar, pelo menos, dois campos, um sobre a posição dos investimentos e outro sobre os rendimentos recebidos.

Em relação a posição dos investimentos, a ficha a ser preenchida é a de “Bens e Direitos”. Nela selecione o código “03 - Participações Societárias” e depois selecione o código “01 – Ações (inclusive as listadas em Bolsa)”.

Na janela aberta, preencha o campo “Discriminação” com as informações como nome e ticker da empresa, o dia da compra e se ocorreram mais compras durante o ano, com as quantidades e valores e a corretora onde estão as ações.

Por fim, no campo situação em 31/12/2022 e 31/12/2023, informe os valores apenas dos custos, sem contar a valorização ou desvalorização de suas ações.

Importante reforçar, também, que caso você tenha encerrado a sua posição em uma ação, no campo “Discriminação” informe a data da venda e o preço que foram vendidas as ações e no campo situação 31/12/2023 coloque o valor R$0,00.

Além da posição, o investidor também precisa informar os rendimentos obtidos a título de dividendos e juro sobre capital próprio.

Para declarar os dividendos acesse a ficha “Rendimentos Isentos e Não Tributáveis” e, posteriormente, procure pelo código “09 – Lucros e dividendos recebidos”. Preencha com todas as informações solicitadas, como o CNPJ e nome da fonte pagadora e o valor recebido.

Já para o juro sobre capital próprio a ficha a ser escolhida é  “Rendimentos Sujeitos à Tributação Exclusiva/Definitiva”, no código “10 – Juros sobre capital próprio”. Do mesmo modo que os dividendos, informe nome e CNPJ da fonte pagadora e os valores recebidos em sua conta.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresIbovespaB3B3 (BM&FBovespa)

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