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Como a inflação afeta seus investimentos e como se proteger dela

A inflação pode corroer o poder de compra e impactar diretamente a rentabilidade dos seus investimentos; veja algumas estratégias para manter seu patrimônio preservado

Investir em ativos indexados à inflação e diversificar sua carteira são estratégias fundamentais para proteger seus investimentos dos efeitos negativos da inflação (Getty Images)

Investir em ativos indexados à inflação e diversificar sua carteira são estratégias fundamentais para proteger seus investimentos dos efeitos negativos da inflação (Getty Images)

Publicado em 27 de março de 2025 às 16h01.

A inflação é uma das principais inimigas do poder de compra e, consequentemente, dos investimentos. Quando os preços aumentam, o valor do dinheiro diminui, o que significa que você pode precisar de mais recursos para comprar os mesmos produtos ou serviços no futuro. Esse fenômeno não afeta apenas o consumidor comum, mas também os investidores, que podem perceber uma queda no retorno de suas aplicações, especialmente em cenários de alta inflação. No entanto, existem formas de se proteger dessa ameaça e otimizar seus investimentos para garantir que eles continuem rentáveis, mesmo com o aumento dos preços.

Como a inflação afeta os investimentos

A principal consequência da inflação nos investimentos é a redução do poder de compra do dinheiro. Com o aumento dos preços de bens e serviços, o valor real dos rendimentos de uma aplicação pode ser corroído. Isso significa que, se a inflação for superior à rentabilidade de um investimento, o retorno líquido — ou seja, descontando os efeitos da inflação — será negativo, o que reduz o poder de compra do investidor. Em termos simples, o dinheiro que você investiu vale menos no futuro do que quando foi aplicado.

Além disso, a inflação impacta diretamente os investimentos de renda fixa, como títulos do Tesouro Direto, CDBs e outros produtos semelhantes. Quando esses investimentos não estão indexados à inflação, ou seja, quando a rentabilidade não acompanha a alta dos preços, o investidor acaba perdendo poder de compra. Títulos de renda fixa com taxas de juros prefixadas, por exemplo, podem ser afetados negativamente quando a inflação ultrapassa a rentabilidade projetada.

Histórico da Inflação no Brasil

O Brasil tem um histórico de altas taxas de inflação, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, quando o país enfrentou sérias dificuldades econômicas. A implementação do Plano Real em 1994 trouxe um controle mais rígido sobre a inflação, mas ela continua sendo uma preocupação cíclica, com variações consideráveis ao longo dos anos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem mostrado flutuações conforme as condições econômicas, sendo um desafio para os investidores que precisam se ajustar a essas mudanças. Confira como foi o registro dos últimos anos:

  • 2020: a inflação foi de 4,52%, conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
  • 2021: subiu para 10,06%, refletindo um aumento significativo em relação ao ano anterior, chamando atenção para o cenário da pandemia.
  • 2022: a inflação foi de 9,34%, ainda alta, mas ligeiramente menor que a de 2021.
  • 2023: diminuiu para 4,60%, aproximando-se da meta do Banco Central.
  • 2024: foi registrada em 4,83%, um pouco acima da meta do Banco Central.

Como se proteger da inflação

Apesar do impacto negativo da inflação, existem estratégias eficazes para proteger seus investimentos e garantir que seu patrimônio continue crescendo de acordo com o aumento dos preços. A seguir, algumas maneiras de se proteger:

  • Investimentos indexados à inflação: uma das formas mais seguras de se proteger contra a inflação é investir em títulos que são indexados a ela, como o Tesouro IPCA+. Esses títulos garantem que a rentabilidade seja composta pela variação da inflação (medida pelo IPCA) mais uma taxa prefixada. Dessa forma, seu investimento acompanha o aumento dos preços e protege seu poder de compra.
  • Diversificação de investimentos: distribuir os recursos entre diferentes tipos de ativos, como ações, imóveis e commodities, pode ajudar a mitigar os efeitos da inflação. Por exemplo, enquanto a inflação pode prejudicar os investimentos em renda fixa, os imóveis e as commodities, como ouro e petróleo, tendem a se valorizar com o aumento dos preços.
  • Ativos dolarizados: investir em ativos dolarizados ou fundos internacionais é uma estratégia interessante para proteger o patrimônio em cenários de alta inflação no Brasil. Quando a moeda local perde valor, o dólar tende a se valorizar, ajudando a manter o valor do investimento. Fundos de ações no exterior ou títulos emitidos em dólares podem ser opções viáveis para quem busca proteção.
  • Fundos imobiliários: os fundos imobiliários, especialmente aqueles com contratos de aluguel indexados à inflação, podem ser uma boa forma de proteger os rendimentos contra a alta dos preços. O reajuste dos aluguéis pela inflação ajuda a preservar o poder de compra dos rendimentos, o que faz com que esses fundos se tornem atrativos em momentos de inflação elevada.
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