Os juros cobrados por esse tipo de crédito são muito altos, podendo chegar a até 8% ao mês (krisanapong detraphiphat/Getty Images)
Publicado em 28 de abril de 2025 às 17h49.
O cheque especial pode ser um alívio financeiro quando surge uma emergência, mas também é um dos maiores vilões da saúde financeira de muitos brasileiros. Com o crédito pré-aprovado e disponível automaticamente na conta, ele promete resolver situações imprevistas rapidamente, mas seu uso indevido pode resultar em juros elevados e um ciclo difícil de quebrar. Para quem busca entender se o cheque especial vale a pena, é importante avaliar as vantagens e, principalmente, os riscos envolvidos.
O cheque especial é uma linha de crédito automática que os bancos oferecem aos seus clientes, geralmente sem a necessidade de formalidades ou garantias. Quando o saldo da conta corrente chega a zero, o cliente pode utilizar esse crédito pré-aprovado para cobrir as despesas, dentro de um limite determinado pela instituição financeira. Ele pode ser acessado a qualquer momento e sem burocracia, o que o torna uma opção rápida para quem precisa de dinheiro de forma emergencial.
No entanto, a facilidade de uso do cheque especial tem um preço. Os juros cobrados por esse tipo de crédito são muito altos, podendo chegar a até 8% ao mês, o que pode tornar a dívida impagável se não for quitada rapidamente.O principal benefício do cheque especial é a rapidez com que o crédito é disponibilizado. Não há necessidade de aprovação prévia ou comprovação de renda, tornando-o uma solução prática para quem enfrenta uma emergência financeira, como o pagamento de uma conta urgente ou um imprevisto. Em alguns casos, se o valor usado for pago até o 10º dia, o banco não cobra juros sobre o montante.
Apesar das poucas vantagens, o cheque especial pode ser perigoso quando usado sem planejamento. Os juros elevados são a maior desvantagem desse tipo de crédito. Eles são cobrados diariamente, o que faz a dívida crescer rapidamente e pode transformar um pequeno empréstimo em uma bola de neve.
O uso constante do cheque especial pode gerar uma falsa sensação de "renda extra", levando o usuário a incluí-lo no orçamento mensal, o que compromete o equilíbrio financeiro. Esse comportamento cria um ciclo vicioso, onde a pessoa acaba usando o crédito de forma descontrolada e, sem conseguir pagar, entra em um processo de endividamento difícil de interromper.
Além disso, o uso prolongado do cheque especial pode afetar seriamente o planejamento financeiro. Ao não pagar a dívida dentro do prazo, o cliente se expõe a juros ainda mais altos e corre o risco de se tornar inadimplente, o que prejudica seu histórico de crédito.
Embora o cheque especial seja útil em momentos de emergência, ele não deve ser usado como uma solução recorrente. Para evitar cair nesse tipo de crédito, é fundamental adotar algumas estratégias, como a criação de uma reserva de emergência.
Ter uma quantia reservada para imprevistos financeiros é uma das melhores formas de se proteger contra o uso do cheque especial. Esse fundo deve ser suficiente para cobrir de três a seis meses de despesas básicas, garantindo que você tenha recursos em caso de necessidade urgente, sem precisar recorrer ao crédito do banco.
Outro ponto importante é o controle do orçamento pessoal. Manter uma visão clara de suas finanças, acompanhando suas receitas e despesas, é fundamental para não correr o risco de entrar no cheque especial por falta de planejamento.
O cheque especial pode ser uma ferramenta útil, mas deve ser usado com cautela e apenas em situações emergenciais. Quando utilizado de maneira controlada e com um plano claro para quitar a dívida rapidamente, ele pode ajudar a resolver um problema pontual. Porém, usar o cheque especial como uma fonte constante de crédito não é recomendável, devido aos altos juros e ao risco de endividamento. O ideal é que, sempre que possível, você busque alternativas mais baratas e sustentáveis para lidar com suas finanças.