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CDI ou Tesouro Selic: quanto rendem R$ 5 mil investidos por 3 anos?

Com a Selic a 12,25% ao ano, aplicações em renda fixa oferecem alta rentabilidade; veja qual investimento rende mais e qual é mais seguro

Quem busca mais segurança deve optar pelo Tesouro Selic, já quem prefere mais rendimento pode escolher uma aplicação em CDB (Sidney de Almeida/Getty Images)

Quem busca mais segurança deve optar pelo Tesouro Selic, já quem prefere mais rendimento pode escolher uma aplicação em CDB (Sidney de Almeida/Getty Images)

Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 17h24.

Última atualização em 3 de fevereiro de 2025 às 18h28.

Investir em renda fixa pode ser uma boa estratégia para quem busca boa rentabilidade e segurança. Com a Selic em 13,25% ao ano, aplicações atreladas à taxa de juro do país, como o CDI e o Tesouro Selic, são alternativas atrativas.

Mas qual dessas opções rende mais ao longo de três anos para um investimento inicial de R$ 5 mil? Veja as características de cada uma delas e descubra qual se encaixa melhor às suas necessidades.

Quanto rende o valor no CDI?

O CDI, Certificado de Depósito Interbancário, tem rendimento próximo à Selic. Porém, na prática, a rentabilidade depende do percentual do CDI que o investimento oferece. Fundos de renda fixa, CDBs e LCIs podem pagar de 80% a 120% do CDI, variando conforme o risco e o banco emissor.

Se o investidor aplicar R$ 5 mil em um CDB que paga 100% do CDI, e considerando um CDI igual à Selic, o retorno anual seria 13,25% antes dos impostos.

Após três anos, o saldo bruto seria de aproximadamente R$ 7.329. Aplicando o imposto de renda na tabela regressiva (15% para prazos acima de dois anos), o retorno líquido cairia para R$ 6.916.

Já um CDB que paga 80% do CDI, teria um retorno final de cerca de R$ 6.505 líquidos, enquanto um que paga 120% do CDI renderia R$ 7.329 líquidos.

A liquidez de um investimento em CDI, por sua vez, depende do tipo de aplicação. Alguns produtos permitem resgate imediato, enquanto outros exigem que o investidor aguarde o vencimento para acessar o dinheiro. Os de liquidez diária são as opções mais flexíveis, permitindo saque a qualquer momento sem perda de rendimento.

Eles costumam render 100% do CDI ou menos, sendo indicados para reserva de emergência. Já aqueles com prazo de vencimento oferecem taxas mais atrativas, podendo chegar a 120% do CDI ou mais. No entanto, o dinheiro só pode ser resgatado na data estipulada, o que reduz a liquidez e exige planejamento por parte do investidor.

E no Tesouro Selic?

O Tesouro Selic, título público do governo, segue a taxa básica de juros e é uma opção para quem busca liquidez e segurança. A rentabilidade anual é calculada como Selic + ágio ou deságio do momento da compra.

Com a Selic a 13,25% ao ano, um investimento de R$ 5 mil no Tesouro Selic 2027 geraria um saldo bruto estimado de R$ 7.329 após três anos.

No entanto, há a cobrança de Imposto de Renda (mesma tabela regressiva do CDI) e a taxa de custódia da B3, de 0,2% ao ano para investimentos acima de R$ 10 mil. Após os descontos, o valor final seria cerca de R$ 6.916.

Qual o investimento mais seguro?

O Tesouro Selic é a aplicação mais segura do país, pois tem a garantia do Governo Federal. Isso significa que, mesmo em cenários de crise, a União irá honrar seus compromissos financeiros.

O CDB, por outro lado, conta com a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e instituição, o que protege o investidor de calotes bancários. Porém, se o banco quebrar, pode haver demora no ressarcimento ao investidor.

E o melhor a longo prazo?

A escolha depende do objetivo do investidor. Se a segurança máxima for o critério principal, o Tesouro Selic é a melhor opção. Porém, se o investidor estiver disposto a buscar melhores rendimentos, um CDB que pague mais de 100% do CDI pode ser mais vantajoso, desde que emitido por um banco confiável.

3 dicas para o dinheiro render mais

Para fazer o valor investido render ainda mais, é importante estar atento a algumas dicas. Veja:

1. Compare CDBs e escolha os que pagam acima de 100% do CDI

Nem todos os CDBs oferecem a mesma rentabilidade. Os bancos menores, por exemplo, costumam pagar taxas mais altas para atrair investidores, enquanto os bancos grandes tendem a oferecer rendimentos mais baixos.

CDBs de bancos grandes geralmente pagam de 80% a 100% do CDI. Instituições menores podem oferecer 110%, 120% ou até mais do CDI, elevando a rentabilidade no longo prazo. A dica é pesquisar em plataformas de investimentos, como corretoras independentes, que reúnem diversas opções e permitem comparar os rendimentos antes de investir.

2. Evite retiradas antes do prazo

A escolha entre CDBs de liquidez diária ou de vencimento fixo afeta diretamente seus rendimentos. Se o objetivo for guardar dinheiro por um período específico, os CDBs com prazos definidos geralmente oferecem rentabilidade maior.

Se for necessário liquidez, a melhor alternativa é destinar parte do dinheiro para um CDB de liquidez diária ou até mesmo para o Tesouro Selic, que, apesar das oscilações no curto prazo, mantém boa segurança para resgates inesperados.

3. Acompanhe a Selic e ajuste seus investimentos

A Selic impacta diretamente nas duas aplicações. Quando a taxa está alta, como no atual patamar de 13,25% ao ano, as aplicações atreladas à renda fixa se tornam mais atrativas. No entanto, se houver expectativa de queda na Selic, a rentabilidade pode diminuir.

Quando a Selic cai, os rendimentos de CDBs e do Tesouro Selic também caem. Nesse cenário, vale considerar diversificação, incluindo fundos multimercado ou títulos prefixados.

Se a expectativa for de manutenção da Selic em patamares altos, investimentos atrelados ao CDI e ao Tesouro Selic continuam sendo boas opções. A dica é acompanhar as decisões do Copom, Comitê de Política Monetária, para ajustar a carteira de investimentos e evitar perdas de rentabilidade

Por que você deve saber disso?

Saber como a Selic afeta os investimentos permite tomar decisões mais informadas e escolher a melhor aplicação conforme o seu perfil. Mesmo na renda fixa, há diferenças entre rentabilidade, liquidez e segurança que podem impactar seus ganhos ao longo do tempo.

Acompanhe tudo sobre:Guia de Investimentos

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