Enquanto o PLR é previsto em lei, o bônus é um benefício concedido pelas empresas
Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 15h49.
No ambiente corporativo, muitas empresas oferecem benefícios financeiros além do salário para motivar e reter funcionários. Entre esses incentivos, dois dos mais comuns são o bônus e a Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Apesar de ambos representarem um valor adicional ao trabalhador, eles possuem características, regras e finalidades distintas. Entender essas diferenças é fundamental para garantir o cumprimento dos direitos e evitar surpresas na hora do pagamento.
A principal diferença entre os dois benefícios está na forma como são concedidos. O bônus é um pagamento extra dado pela empresa como uma recompensa individual ou coletiva, podendo estar atrelado ao desempenho do funcionário, ao cumprimento de metas ou a resultados específicos da companhia.
Ele parte de uma decisão interna da empresa e não está necessariamente vinculado ao lucro. Como não há regulamentação específica, o bônus pode ser pago de forma espontânea ou estabelecido em contrato.
Já a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) é um benefício previsto por lei e depende do desempenho financeiro da empresa. O valor é distribuído aos funcionários como uma forma de reconhecimento pela contribuição para os lucros ou metas alcançadas pela organização.
A PLR deve seguir um acordo prévio entre empresa e empregados, que pode ser negociado diretamente com sindicatos ou por meio de comissões internas.
Enquanto o bônus é um pagamento flexível e pode ser concedido de forma esporádica, a PLR segue regras específicas e precisa ser baseada nos lucros e resultados da empresa.A legislação brasileira trata os dois benefícios de forma diferente. A PLR é regulamentada pela Lei 10.101/2000, que define as regras para sua concessão e deixa claro que o pagamento não pode substituir o salário e não deve ser incorporado à remuneração fixa do trabalhador.
Além disso, esta tem uma tributação diferenciada, sendo isenta de encargos trabalhistas como FGTS e INSS, mas sujeita ao Imposto de Renda conforme a tabela progressiva.
Já o bônus não tem uma legislação específica, sendo regulado por acordos internos da empresa. [/grifar]Caso seja pago com frequência e sem critérios claros, pode ser interpretado pela Justiça do Trabalho como parte do salário, o que geraria incidência de encargos como INSS e FGTS. [/grifar]
Para evitar essa interpretação, as empresas costumam estabelecer regras formais e documentadas sobre o pagamento do bônus.
A PLR pode ser oferecida a qualquer funcionário, independentemente do cargo ou tempo de empresa, desde que haja um acordo formalizado. O pagamento é condicionado aos resultados financeiros da organização e pode ser distribuído em diferentes faixas salariais ou critérios, conforme o que for negociado entre empresa e trabalhadores.
Algumas categorias profissionais, como bancários e metalúrgicos, possuem convenções coletivas que garantem a obrigatoriedade do pagamento da PLR.
O bônus, por outro lado, pode ser concedido de maneira seletiva. Empresas costumam oferecê-lo para cargos de gestão, áreas comerciais ou equipes que atingem metas específicas. Em alguns casos, o pagamento pode estar atrelado ao desempenho individual, enquanto em outros pode ser um incentivo coletivo.
Diferente da PLR, que pode abranger toda a empresa, este normalmente é restrito a determinados funcionários e depende exclusivamente da política da empresa.
Empresas utilizam bônus e PLR como estratégias para reter os funcionários e aumentar o engajamento dos mesmos. Embora ambos representem custos adicionais para a companhia, os benefícios superam os gastos ao promover um ambiente mais competitivo e alinhado aos objetivos do negócio.
O bônus é uma ferramenta flexível para recompensar desempenhos individuais ou coletivos. Ele pode ser usado para incentivar vendedores a fecharem mais negócios, estimular gestores a atingirem metas estratégicas ou premiar equipes por projetos bem-sucedidos.
Além disso, por não ser um benefício obrigatório, a empresa tem liberdade para definir quando e como concedê-lo.
Já a PLR tem um impacto mais amplo, pois é uma forma de vincular os interesses dos funcionários aos resultados financeiros da empresa. Como o pagamento está atrelado ao lucro ou ao cumprimento de metas coletivas, os trabalhadores se tornam mais comprometidos com a eficiência operacional e a redução de custos.
Compreender as diferenças entre bônus e PLR é essencial para que o trabalhador saiba seus direitos e possa cobrar eventuais pagamentos devidos. Além disso, o impacto tributário e os critérios para concessão variam, o que pode afetar a renda final do funcionário.
Para as empresas, conhecer a legislação ajuda a evitar problemas trabalhistas e garantir que os incentivos financeiros sejam concedidos de forma correta e estratégica.
Se você recebe ou espera receber um desses benefícios, é importante ficar atento às regras da sua empresa e, se necessário, buscar apoio jurídico ou sindical para garantir que seus direitos sejam respeitados.