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EQI antecipa meta, atinge R$ 9,4 bi em gestão e supera marca pré-migração

Um dos maiores escritórios de agentes autônomos do país ultrapassa volume sob gestão que tinha quando deixou a XP para se plugar ao BTG e agora acelera planos de expansão via corretora

Juliano Custódio, CEO da EQI Investimentos: próximos passos incluem a abertura da corretora e, posteriormente, um IPO | Foto: EQI/Divulgação (Divulgação/Divulgação)

Juliano Custódio, CEO da EQI Investimentos: próximos passos incluem a abertura da corretora e, posteriormente, um IPO | Foto: EQI/Divulgação (Divulgação/Divulgação)

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Marcelo Sakate

Publicado em 20 de julho de 2021 às 09h34.

Última atualização em 20 de julho de 2021 às 11h59.

No efervescente mercado de capitais brasileiro, a máxima "nunca antes na história deste país", que se tornou célebre nas falas de um ex-presidente, ganha novas versões de maneira recorrente. Coube a um dos maiores escritórios de agentes autônomos, a EQI Investimentos, entregar a sua: ela acaba de superar a marca de 9,2 bilhões de reais que tinha sob gestão quando deixou a XP para se plugar ao BTG Pactual (BPAC11), menos de um ano atrás.

Para ser mais exato: a EQI chegou aos 9,4 bilhões de reais. Nunca antes no mercado doméstico um escritório que havia mudado de corretora havia alcançado o mesmo volume sob gestão nesse intervalo de tempo.

"Nos sonhos mais loucos não imaginávamos que conseguiríamos atingir essa marca neste tempo. Os clientes compraram muito a nossa história e o plano de montar a nossa própria corretora, com independência para fazer negócios do nosso jeito. Temos muito know-how de varejo", disse Juliano Custódio, sócio-fundador e CEO da EQI, à EXAME Invest.

Segundo Custódio, a expectativa é que a autorização do Banco Central para que a EQI possa abrir sua corretora saia até o fim de agosto.

Ao se referir aos "negócios ao nosso jeito", Custódio explica que a principal diferença é a agilidade nos processos, especialmente na abertura de contas. "Abrimos hoje de 6.000 a 7.000 contas por mês, quase dez vezes a quantidade de um grande escritório no mercado. E isso só é possível com processos automatizados e digitalizados."

Atualmente, 80% das novas contas no BTG Pactual digital, ao qual a EQI está plugada, são abertas em menos de 30 minutos, segundo contou Marcelo Flora, head da corretora digital do BTG, em entrevista à EXAME.

Nos últimos meses, o escritório com sede em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, teve captação líquida (ingressos menos resgates) da ordem de 900 milhões de reais ao mês. Em julho, caminha para a marca inédita de 1 bilhão de reais.

A saída da EQI da XP um ano atrás foi o episódio mais rumoroso do igualmente aquecido mercado de assessores de investimentos, os agentes autônomos.

Com o caminho aberto pela EQI e um forte apetite do BTG (do mesmo grupo que controla a EXAME), outros escritórios decidiram seguir o mesmo rumo, desligando-se da XP, que havia construído o mais amplo ecossistema no segmento: Acqua-Vero, Wise e Onix, entre outros.

"O nosso sucesso deu coragem para outros escritórios e mostrou que há vida fora do monopólio: ganha o cliente, ganham os escritórios, ganha o mercado", afirma o CEO da EQI.

O nova marca alcançada pela EQI atualiza os parâmetros desse mercado. A XP afirma que nos casos de migração de escritórios de agentes autônomos, na média a transferência de recursos de clientes não chega a 15%. Mas, passado um ano de sua mudança, a EQI superou os 100% em ativos que tinha quando deixou a corretora.

Seis em cada dez clientes que estavam com a EQI na XP hoje estão com o escritório plugado ao BTG, diz Custódio.

Próximos passos

Com a licença para atuar como corretora em mãos, Custódio diz que o plano é acelerar o crescimento e o tamanho da casa para que no próximo ano seja possível realizar a abertura de capital por meio de um IPO (oferta pública inicial).

Em outra frente, o empreendedor conta que a gestora da casa, a EQI Asset, deve atingir a marca de 1 bilhão de reais em ativos sob custódia (AuC) em um a dois meses, com crescimento tanto de forma orgânica como por meio de aquisições em andamento. Atualmente, o volume é da ordem de 700 milhões de reais.

Uma das novidades é a estruturação de uma área de crédito privado, para atuar no mercado de dívida voltado para o segmento de middle market, em operações de 10 milhões a 200 milhões de reais.

O CEO da EQI se mostra otimista com o mercado mesmo no cenário de aumento da taxa básica de juros. "A beleza do nosso negócio é que ele é bom nos dois cenários (de baixas taxas de juros e não tão baixas), desde que você tenha profissionais que saibam trabalhar em ambos", afirma. Ou seja, ter assessores que saibam trabalhar com renda variável e com produtos de renda fixa. "No fim do dia, o que o cliente quer é rentabilidade."

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