Buffett afirmou que não tem e nunca terá uma criptomoeda|Daniel Zuchnik/Getty Images (Daniel Zuchnik/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de maio de 2021 às 16h50.
Última atualização em 21 de maio de 2021 às 09h19.
Quem investe em criptomoedas acompanha nesta quarta-feira, 19, o maior fluxo de venda da história. Os ativos apresentam forte desvalorização depois que a China proibiu as instituições financeiras e de pagamento de fornecer serviços de criptomoeda. O Bitcoin, por exemplo, caiu 35%, enquanto o Ether caiu 40%. A estimativa é que 1 trilhão de dólares tenha deixado o mercado.
Entre os grandes investidores do mundo, não existe um consenso sobre as criptomoedas. Há os que criticam, os que afirmam que este tipo de investimento é uma bolha e até os que já ficaram bilionários investindo nestas moedas. Entre os críticos das criptomoedas estão Warren Buffett e seu sócio Charlie Munger, Carl Icahn e até o brasileiro Luiz Barsi.
No ano passado, durante uma entrevista para a rede americana CNBC, Buffett afirmou que não tem e nunca terá uma criptomoeda. Para ele, as criptomoedas “não têm valor e não produzem nada.” Em 2018, ele disse que o bitcoin era uma “miragem e não uma moeda.” O bilionário chegou a dizer que o bitcoin era “veneno de rato.”
Já este ano, durante o encontro anual com os acionistas da Berkshire Hathaway, que ocorreu no começo de maio, Charlie Munger, braço direito de Buffett, disse que o desenvolvimento das criptomoedas era “repugnante e contrário aos interesses da civilização.” Disse ainda que o bitcoin é um produto inventado a partir do nada.
Carl Icahn se mostra cético em relação às criptomoedas. O bilionário já chamou o bitcoin de bolha, mas já afirmou também que não gosta deste tipo de investimento porque talvez não entenda.
O maior investidor pessoa física da bolsa brasileira, Luiz Barsi, afirmou recentemente que não tem o mínimo interesse em investir em bitcoin. Durante uma live, ele afirmou que o bitcoin é um elemento criado que não tem patrimônio, estrutura e origem. “Eu não invisto no lugar em que não há fundamentos. O bitcoin é uma estrutura sem fundamentos”, disse o bilionário. Barsi ainda criticou o fato de alguém investir na criptomoeda sem saber o que ela representa, qual estilo e as garantias para o investidor. “O bitcoin não existe. Ele é um fantasma que está assombrando os gananciosos.”
Mas se muitos são desconfiados com o desempenho das criptomoedas, há os que investiram e ficaram bilionários. É o caso dos irmãos Winklevoss. Após um acordo com Mark Zuckerberg devido à disputa sobre a criação do Facebook, os gêmeos utilizaram parte do dinheiro para investir em bitcoin e no mercado de criptoativos de forma geral. Criaram a corretora de criptoativos Gemini, que hoje é uma das maiores do mundo. A fortuna deles é avaliada em 1,4 bilhão de dólares.
Outro destaque entre os investidores de criptomoedas está Mike Novogratz da Galaxy Investment Partners. Em 2013, ele teria comprado 7 milhões de dólares em bitcoin. Segundo a revista Forbes, a empresa tem 621 milhões em criptoativos, 300% mais do que há quatro meses. Sua fatia de 77% da companhia, então, equivale a 478 milhões de dólares. A esse valor, deve ser acrescentado seu patrimônio pessoal de criptoativos, que ele se recusou a comentar. Hoje, o investidor chamou a desvalorização das moedas como “dia da liquidação" e ele acredita que o valor de 40 mil dólares do bitcoin é uma oportunidade de compra.
Quem também aproveitou a queda do bitcoin foi Michael Saylor, presidente da MicroStrategy, na última terça-feira, ele anunciou a compra de mais 10 milhões de dólares em bitcoin, adicionando mais 229 bitcoins às reservas da empresa, que agora possui 92.079 unidades do criptoativo.
Outro investidor de peso em bitcoin é Elon Musk. O presidente da Tesla tem causado volatilidade no mercado de criptomoedas após as suas declarações. Na semana passada, ele afirmou que a Tesla não aceitaria mais transações em bitcoin por conta das questões ambientais. Já esta semana, Musk disse que a Tesla não tinha vendido nenhum bitcoin. O tuíte foi publicado como possível esclarecimento após as declarações feitas no final de semana indicarem que a Tesla considerava, ou podia até já ter vendido, algumas de suas participações na moeda.
No curso Decifrando as Criptomoedas da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da EXAME, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. Confira.