. (Germano Lüders/Exame)
O BTG Pactual digital atualizou suas recomendações de small caps para o mês de março. Os estrategistas da equipe de Research do BTG incluíram na carteira a empresa de produção de petróleo 3R Petroleum (RRRP3). Em contrapartida, retiraram a construtora Lavvi (LAVV3) diante do momento atual do país.
Os analistas associam o fraco desempenho do Ibovespa em fevereiro (-4,4%) ao aumento das preocupações com a situação fiscal do país, além da alta das taxas de juro de longo prazo nos Estados Unidos e a tumultuada demissão do CEO da Petrobras. São fatores que levaram os estrangeiros a retirar cerca de 10 bilhões de reais das ações brasileiras nos últimos dias.
Após a correção, a bolsa do país como um todo agora é negociada com valuations mais atraentes, mas os riscos aumentaram. “Estamos nos aproximando de momentos decisivos para as contas fiscais do Brasil”, dizem os analistas do BTG no relatório. “O novo pacote [de auxílio] ou uma legislação que não trate das preocupações levantadas pela equipe econômica pode assustar o mercado.”
Diante desse cenário, os estrategistas fizeram a alteração na carteira, com a entrada da 3R Petroleum. Segundo o relatório, a empresa simboliza o renascimento da revitalização dos ativos petrolíferos onshore (em terras) e em águas rasas. Como única empresa listada no segmento com esse perfil, oferece valor de escassez. Além disso, pode ser uma boa opção para os investidores que procuram investir no setor com uma exposição reduzida a riscos políticos.
“Ao focar na produção em vez da exploração e apostando em técnicas convencionais de revitalização que já são bem fundamentadas em toda a indústria do petróleo, a 3R deve se concentrar na execução do básico. Além disso, um custo de produção já baixo implica um portfólio resiliente, mesmo [em um cenário] com preços de petróleo mais baixos”, explica o relatório.
Os estrategistas do BTG apontam ainda que a 3R é um dos nomes mais baratos do setor de petróleo & gás da América Latina e que sua produção tem potencial de crescimento ao longo dos próximos cinco anos. Por isso, acreditam que o risco-retorno é atraente, dando a ela um peso de 20% na carteira.
A carteira do BTG busca capturar as melhores oportunidades do mercado de small caps brasileiro. Por isso, reúne cinco ativos com um valor de mercado de até 15 bilhões de reais, tendo como benchmark o índice de small caps da B3 (SMLL). Desde julho de 2010, a carteira acumula uma rentabilidade de 2.225,4%, ante 134,9% do SMLL e 80,5% do IBOV.