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Petrobras: pontos fortes da atual gestão podem se tornar riscos

Thiago Duarte afirma em live com Renato Mimica, da EXAME Invest Pro, que busca pela independência na paridade de preços era um fator que ajudava a atrair investidores

Petrobras: ações desabaram nesta segunda, após saída de Roberto Castello Branco na última sexta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

Petrobras: ações desabaram nesta segunda, após saída de Roberto Castello Branco na última sexta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

Em live realizada pela EXAME Invest Pro e apresentada pelo CIO da EXAME Invest, Renato Mimica, nesta segunda-feira, 22, o analista de empresas de petróleo Thiago Duarte, sócio do BTG Pactual, avaliou a situação da Petrobras sob a ótica dos investidores, diante da mudança no comando da companhia e a sinalização de interferência do governo federal.

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Para Duarte, um dos pontos que passava confiança a investidores e analistas na gestão do presidente Roberto Castello Branco na Petrobras era a busca pela independência da companhia para perseguir a paridade de preço com outras empresas do setor. Ou seja, para que a petrolífera possa praticar os preços de mercado.

"Sempre acreditamos que um dos pilares para buscar a política de preço coerente com qualquer outra empresa petroleira do mundo estava na atual gestão. A gestão, que se intensificou em 2019, era muito voltada para três pilares de que gostamos muito", disse o analista do BTG Pactual. Os três pilares listados por Duarte foram:

  • Redução do tamanho da empresa: A companhia passou a focar naquilo que ela executa melhor, que é a produção e a exploração de petróleo, principalmente no pré-sal, que são ativos que trazem margens para a empresa.
  • Independência para buscar a paridade de preço: É o pilar que permite que a companhia não seja um mero veiculo de subsídio para os preços dos combustíveis, que existe para amargar prejuízos.
  • Alocação de capital de forma racional: É o pilar que se traduzia por meio da redução do Capex (nos investimentos em projetos que não traziam retorno) e pelo aumento da distribuição de dividendos. Duarte explicou que, com uma companhia mais enxuta e rentável, os acionistas poderiam passar a ser melhor remunerados, tanto a União quanto os acionistas minoritários, por meio de uma melhor distribuição de dividendos.

Segundo Duarte, esses pilares que eram vistos como pontos muito fortes da Petrobras até a semana passada podem se tornar um forte risco. "Não é nem dizer que virarão para outra direção, mas hoje o mercado está precificando o risco de esses três pilares não estarem mais presentes ou em alguma magnitude ou em magnitude nenhuma."

Duarte ainda contextualizou os acontecimentos mais recentes envolvendo a Petrobras. Segundo ele, desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro, o tema "interferência na política de preço da Petrobras" se fez presente quase que mensalmente no cenário político. Mas, apesar disso, até o momento não havia surtido efeito prático.

Mas tudo isso mudou quando as reclamações de Bolsonaro deram lugar à atitude concreta com a saída anunciada de Castello Branco e a sua substituição futura pelo general Joaquim Silva e Luna, na sexta-feira à noite.

Confira a íntegra da live com Thiago Duarte, sócios e analista do setor de petróleo do BTG Pactual, e Renato Mimica, CIO da EXAME Invest Pro:

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