(Darren415/Getty Images)
A legalização da maconha para uso medicinal ou recreativo tem gerado reflexos positivos no mercado de capitais. Prova disso é o Exchange Traded Funds (ETF) atrelado ao Prime Alternative Harvest Index, índice que busca medir o desempenho de empresas que se beneficiam com o crescimento da aceitação global da planta cannabis. Em um ano, considerando de março de 2020 ao mesmo mês de 2021, a rentabilidade dele foi de 155%.
Basicamente, um ETF funciona como um fundo de investimento atrelado a algum índice de referência. E sua composição é ajustada para que reflita esse indicador. No caso do Prime Alternative Harvest Index, o ETF é composto principalmente pelos setores de farmacêutica (46%) e agricultura (29%), com ativos concentrados principalmente em três países: Canadá (46%), Estados Unidos (35%) e Reino Unido (14%).
A rentabilidade crescente acontece porque a legalização da maconha tem ganhado força em diversos países. E ela movimenta uma grande cadeia econômica. Envolve pesquisas científicas, passa pela produção e distribuição dos produtos derivados da cannabis por empresas listadas em bolsas de valores de outros países.
Conforme cresce a comprovação dos benefícios do uso medicinal da cannabis e seus derivados, surgem mais produtos para doenças como epilepsia, câncer, controle de dores, entre outros. Consequentemente, aumenta o número de investidores interessados em lucrar com esse mercado em ascensão.
Mas o ETF em questão também pode ajudar na diversificação da carteira, algo cada vez mais importante diante das baixas taxas de juro e da crise econômica no país. Com a retomada econômica mais acelerada fora do Brasil, quem aposta em ativos internacionais tende a aumentar seus rendimentos.
Guilherme Almendra, responsável pela mesa de COE do BTG Pactual digital, aponta ainda para a baixa correlação com classes de ativos tradicionais. “Enquanto esse ETF subiu 155%, o S&P 500, um dos índices de ações mais conhecidos, subiu cerca de 60% no mesmo período”, explica.
“É por isso que essa classe de ativos pode beneficiar a carteira global do cliente. É uma forma de mitigar os riscos”, afirma. “Esse ETF existe há cinco anos, e as análises gráficas mostram que só aumenta o número de ações, de shares que estão sendo negociadas na bolsa”, complementa.
No dia 12 de março, o BTG Pactual digital começou sua primeira oferta aos interessados em investir no Prime Alternative Harvest Index. Com um investimento mínimo de 1.000 reais, qualquer cliente do banco é capaz de alocar parte de sua carteira no ETF pelo aplicativo.
Na prática, estamos falando de um Certificado de Operação Estruturada (COE), que oferece capital protegido. Ou seja, há ganhos ao investidor, em caso de alta — com um limitador de rentabilidade de 107% —, ou o valor nominal de volta em caso de queda, ao final da aplicação.
Ou seja, caso a variação do ativo referência (Prime Alternative Harvest Index) seja nula ou negativa, o investidor recebe exatamente o valor investido inicialmente, sem remuneração extra. Se houver variação positiva de até 120%, por exemplo, ele recebe o valor nominal acrescido do desempenho considerando a barreira de alta de 107%.
Como a liquidez é baixa, com vencimento em 2026, Almendra ressalta a importância de o interessado no produto avaliar seu perfil de risco e seus objetivos com o investimento. “É um ativo para investidores mais sofisticados e que já têm uma reserva de emergência. Ou seja, que pode travar parte desse montante por um período mais longo”, explica.
Além de estar preparado para enfrentar a liquidez baixa, Almendra destaca que é preciso estar acostumado com a volatilidade do mercado de renda variável para não se frustrar caso receba apenas o valor nominal. “Também é importante ressaltar a composição da carteira. Ele deve alocar um percentual pequeno, que seja saudável ao seu portfólio”, finaliza.