Painel de cotações da bolsa: papéis da B3 são recomendação do BTG para outubro (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 3 de outubro de 2022 às 19h26.
Última atualização em 3 de outubro de 2022 às 19h37.
A bolsa brasileira teve um dia de rali nesta sexta-feira, 3, com o Ibovespa disparando 5,5% após o primeiro turno das eleições realizado na véspera. O motivo foi uma surpresa da força da direita no pleito, que surpreendeu no Congresso e também nas disputas pelo Executivo. No pleito à Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de esquerda, segue à frente do atual presidente Jair Bolsonaro — mas a distância entre os dois diminuiu frente ao que era apontado nas pesquisas.
O movimento foi bem visto pelo mercado, que espera uma guinada de Lula ao centro após o resultado do primeiro turno. A mudança diminuiria o risco político da bolsa, dando continuidade a uma tendência de alta para os ativos brasileiros.
“Com as ações brasileiras sendo negociadas no que acreditamos serem valuations muito atraentes (9,2 vezes o múltiplo preço/lucro), o risco político/eleitoral mais baixo pode impulsionar as ações brasileiras nos próximos meses”, afirmaram os analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) em carteira recomendada divulgada nesta segunda.
Para capturar o bom momento para a bolsa brasileira, o BTG incluiu aos papéis da B3 (B3SA3) na carteira, que agora representam 10% do portfólio recomendado para o mês de outubro.
Os analistas destacam ainda outros fatores positivos, como o Brasil estar no fim do ciclo de aperto monetário. O Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano na última reunião — a primeira em dois anos em que a taxa não foi elevada. Além disso, a inflação está perdendo força: o IPCA, índice da inflação oficial do País, caiu 0,36% em agosto.
Os dois fatores contribuem para o setor de varejo, que é um dos mais prejudicados em um cenário de juros altos. Com a manutenção da Selic — e possível queda no próximo ano — as ações de varejistas voltam a entrar no radar. De olho no movimento, o BTG aumentou a exposição ao setor para 15%, divididos entre 10% em Renner (LREN3) e 5% para Arezzo (ARZZ3).
Outro setor que pode sair beneficiado é o das construtoras. Cyrela (CYRE3) foi incluída na carteira no lugar de MRV (MRVE3) por, segundo o BTG, abarcar um segundo de maior renda. Localiza (RENT3) também passou a fazer parte da carteira de outubro, que se completa com os papéis de Sabesp (SBSP3), Eletrobras (ELET3) e Itaú (ITUB4).
Neste mês, Vibra (BRDT3), Totvs (TOTS3), WEG (WEGE3) e MRV (MRVE3) saíram da carteira recomendada do banco.