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Práticas ESG: veja como se especializar em uma área em ascensão

Preocupação com responsabilidade socioambiental tem aumentado a demanda por profissionais ligados às práticas de ESG no mercado de trabalho. Entenda

 (Thinkstock/Jacob Ammentorp Lund/Thinkstock)

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Isabel Rocha
Isabel Rocha

Jornalista

Publicado em 20 de maio de 2021 às 14h06.

Última atualização em 1 de julho de 2024 às 13h43.

Basta olhar para os boicotes feitos às marcas que realizam testes em animais ou para a desvalorização dos papéis de companhias envolvidas em desastres ambientais para saber: preocupar-se com o meio ambiente é fundamental para a sobrevivência das empresas. E, nesse cenário, a procura por profissionais de ESG tende a se intensificar cada vez mais.

Estamos falando de pessoas capazes de entender, implementar e medir os impactos dos padrões de responsabilidade social, governança e sustentabilidade no desempenho dos negócios.

Conheça o MBA Executivo em ESG e Impact da EXAME Academy

Para Renata Faber, head de ESG da EXAME, a atuação desse profissional é fundamental para alinhar o discurso sustentável à prática dentro das organizações. “A cultura ESG tem que estar em todas as camadas. É claro que o top management e o conselho precisam estar alinhados na agenda ESG, mas o profissional de sustentabilidade vai ajudar a implementá-la”, diz.

Mas, afinal, quem é o profissional de ESG?

Dentre as principais atribuições desse profissional, estão:

  • Desenvolver uma visão estratégica para a empresa;
  • Viabilizar projetos de sustentabilidade;
  • Promover treinamentos de colaboradores com relação ao tema;
  • Criar e monitorar indicadores de desempenho de sustentabilidade;
  • Desenvolver relatórios para prestação de contas;
  • Minimizar os impactos da cadeia produtiva da empresa.

Da engenharia ao design, a verdade é que profissionais de diversas áreas podem trabalhar na área. Mas, ainda que a formação não seja um fator determinante para conseguir um emprego no setor, um estudo realizado pela Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (Abraps) mostrou que possuir algum nível de especialização é comum entre os profissionais de ESG.

De acordo com o levantamento, três em cada quatro profissionais de sustentabilidade no país são pós-graduados. E, juntos, o número de pessoas que trabalha na área e possui pós-graduação, mestrado ou doutorado representa 74% do total de entrevistados.

A pesquisa também aponta que, no lugar de questões financeiras, a escolha de carreira desses profissionais costuma ser pautada por fatores ideológicos, como realização pessoal e admiração pelo tema.

MBA em ESG e Impact

Foi pensando nisso que a EXAME Academy lançou o MBA Executivo em ESG e Impact. Feito em parceria com a Trevisan Escola de Negócios, o curso em nível de pós-graduação tem o objetivo de formar profissionais aptos a promover a sustentabilidade no mercado de trabalho sem abrir mão do lucro.

Para isso, os alunos são apresentados a conceitos como economia circular, carbono zero e green economy. Também aprendem sobre marcos regulatórios, direito ambiental, mapeamento e mitigação de riscos ao longo dos quatro módulos do curso. A carga horária total é de 432 horas, distribuídas ao longo de 24 meses.

Saiba mais sobre o MBA Executivo em ESG e Impact da EXAME Academy

Ministradas ao vivo, as aulas virtuais acontecem quinzenalmente às sextas-feiras durante a noite e, aos sábados, em período integral. Ao final do curso, os aprovados recebem um certificado de MBA Lato Sensu em nível de Especialização em ESG e Impact.

Qual o real impacto da agenda ESG?

Se parte das empresas já entendia a importância dessas práticas antes da pandemia, o ano de 2020 veio para evidenciar ainda mais a urgência de implementação da agenda ESG no mundo corporativo. “As empresas estão sendo cobradas por investidores, colaboradores, clientes e pela sociedade em geral. Não tem como fugir disso”, alerta Renata.

Mas o aumento da competitividade não é a única vantagem que a implementação dos critérios de ESG em suas operações pode trazer às companhias. Historicamente, elas também têm maior controle de risco e tendem a alcançar melhores resultados no longo prazo.

A mudança em dados

Um estudo do Mercado Livre (MELI34) feito entre junho de 2019 e maio de 2020 revelou o aumento nas buscas por produtos sustentáveis na plataforma. De acordo com a pesquisa, 2,5 milhões de usuários compraram pelo menos um produto sustentável durante o período.

Dentre os dez itens mais procurados estão bicicletas, iluminação de LED, sacolas ecológicas, painéis solares e composteiras. Um indício de que o comportamento dos consumidores tem mudado.

Consumo sustentável

O consumo consciente, caracterizado por priorizar marcas comprometidas em minimizar o uso de recursos naturais nos processo de produção e os impactos do uso e do descarte de seus produtos, tem ganhado adeptos ao redor do mundo.

Segundo uma pesquisa global realizada em março pelo Institute of Business Value (IBV), mais da metade (54%) dos consumidores estaria disposta a pagar um valor mais alto por esse tipo de produto. O estudo ouviu mais de 14.000 pessoas em nove países, incluindo o Brasil.

Mercado de trabalho sustentável

A mesma pesquisa revela, ainda, que 48% dos entrevistados aceitariam receber um salário menor para trabalhar em empresas alinhadas às boas práticas de ESG.

Investimento sustentável

Uma pesquisa realizada pela BlackRock no início de 2020 revelou que 54% dos 425 entrevistados consideram o investimento sustentável fundamental para o bom desempenho de suas carteiras.

Não à toa, a Global Sustainable Investment Alliance estima que os recursos investidos em empresas com práticas sustentáveis ao redor do mundo já ultrapassam 30 trilhões de dólares. E a tendência é que o número cresça ainda mais nos próximos anos.

Ao olhar para esses dados, é possível entender a importância que os padrões de ESG têm para as empresas. Mais do que isso: que a contratação de profissionais qualificados na área é fundamental para o futuro dos negócios.

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