Passion Economy: as pessoas estão convertendo suas principais habilidades e hobbies em uma forma de ganhar dinheiro (wenjin chen/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 12h34.
Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), com base nos meses de junho a agosto e divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que o país reúne 14,4 milhões de desempregados. A taxa de desocupação da população é a mais alta da série histórica iniciada em 2012. A Passion Economy, ou seja, transformar paixões em negócios, foi uma alternativa encontrada pelo mercado para lidar com esse cenário.
Uma das transformações impulsionadas pelo ano de 2020 foi essa definição de empreendedorismo, seja para complementar a renda, transformar um negócio, ou por necessidade, as pessoas estão convertendo suas principais habilidades e hobbies em uma forma de ganhar.
Com a Passion Economy, qualquer um pode construir audiência e interações baseando-se em interesses sinceros e em comum com toda uma rede. Um grande exemplo para isso, são os criadores de infoprodutos, que utilizam suas competências para gerar lucro, ao transformar paixões em um meio de subsistência.
“A crise aprofundou nas pessoas a busca por redes virtuais baseadas em interesses em comum e criou familiaridade nos brasileiros por soluções e ferramentas digitais. Por isso, a tendência de monetizar habilidades e ‘capitalizar suas paixões’ com um propósito deve ser um grande potencial do futuro”, afirma Nilson Filatieri, CEO da HeroSpark, solução para empreendedores digitais.
Qualquer pessoa que tenha uma habilidade e conhecimento sobre seus interesses, pode gerar receita sobre ele. Isso vale para a abertura de cursos, geração de conteúdos por meio de podcasts, divulgação de newsletters, eventos em streaming interativos, boletins informativos, entre outros. Criar um curso sobre como aprender a tocar violão ou mesmo, piano, também são exemplos simples disso.
Ao mesmo passo que a tendência vem se desenvolvendo, as plataformas que permitem a capitalização da ideia de que a expertise possui um valor econômico, também vêm ganhando mais destaque, como exemplo o Medium, Scribe e Tumblr, para textos, Spotify, Orelo e SoundCloud para podcasts e as plataformas de criação de newsletter ou a HeroSpark, para hospedagem de cursos online. Essas plataformas promovem um tipo de negócio baseado apenas na internet.
Esse novo modelo de geração de economia, também permite a união entre flexibilidade, vocação, realização e ainda abre portas para um grupos de interesses muito mais consistentes e em uma conexão mais forte, entre usuários, produtores de conteúdos e integrantes.
Baseando-se nesse cenário, as marcas que já atuam com as ferramentas digitais também terão novos desafios, pois deverão se adaptar a essa tendência e valorizar mais o poder de cultivar uma ‘comunidade’. Elas precisarão colaborar para uma quantidade maior de conteúdos, financiando as paixões daqueles que podem influenciar outros. Isso fará do influenciador não só uma ferramenta de amplificação de uma mensagem, mas um parceiro de conteúdos direcionados e multifacetado para facilitar que as marcas se infiltrem em um grupo.
Para Filatieri, a possibilidade de gerar receita a partir de um tema de interesse transforma toda uma rede de dados e algoritmos em pessoas, possibilitando um novo formato de empreendedorismo. “As marcas e os criadores capitalizam isso e ao mesmo tempo descobrem que as paixões são um ativo muito mais valioso do que pensavam anteriormente. Em primeira vista a tendência parece enfatizar a individualidade, mas na verdade, ela conecta ambos lados dessa equação”, finaliza.