Fan Token - Atletico-MG (assessoria Atlético-MG/Divulgação)
Se você se deparasse com a pergunta: "O que Atlético-MG, Corinthians e Juventus (ITA) têm em comum?", é provável que diria que esses clubes de futebol são conhecidos no cenário mundial e possuem grandes títulos, histórias e estrelas do esporte, além de vestirem uniforme preto e branco. Mas o que talvez você não saiba é que os três clubes estão com ideias alinhadas fora de campo. A tática da vez é em relação a inovação e ao mercado de criptoativos, mais especificamente os fan tokens. Na Europa, a Juve foi a primeira a oferecer fan tokens, no ano de 2019. No cenário doméstico, o assunto começou a ganhar mais campo neste ano.
Para esclarecer tudo sobre o avanço dos fan tokens no Brasil, a EXAME conversou com os gerentes de inovação de Atlético-MG e Corinthians, que contaram os objetivos, do ponto de vista dos respectivos clubes, valores, estratégias de marketing e benefícios trazidos ao torcedor com este produto lançado recentemente por ambos. Mas, afinal, o que são fan tokens? Para entender o conceito, é necessário saber um pouco sobre "tokens", que são criptoativos (um ativo em formato digital).
Ao comprar um token, você tem a chance de ver o determinado criptoativo valorizar com o tempo, além de ter acesso a diversos recursos, prêmios, sorteios, votação em enquetes, entre outros, a depender da dinâmica estabelecida por cada clube em relação aos benefícios para torcedores que os possuem.
Os fan tokens funcionam dentro de uma rede blockchain, uma espécie de livro de registros digital. É um sistema tecnológico que intermedia operações de criptomoedas, de forma segura. Com o blockchain, todas as informações online, incluindo o rastreamento, recebimento e envio de dados são protegidas. Esta "plataforma" também pode ser utilizada para outras finalidades, que não sejam transações de criptomoedas, como validação de contratos, troca de ações, entre outros.
De acordo com Bruno Maia, CEO da Feel The Match e especialista em inovação e novos negócios na indústria do esporte, os fan tokens possibilitam a entrada de mais recursos para os clubes. Mas tudo depende da maneira como cada departamento de marketing conduzirá este novo produto.
“A novidade é atribuir um valor de ativo financeiro a um produto com o qual o fã cria relacionamentos e experiências com o clube e que antes era apenas um serviço, sem valor de revenda ou de valorização desse ativo. Com o fan token, isso passa a acontecer, o que pode ajudar os clubes a melhorar a parte financeira. É mais um produto, com muitas possibilidades de exploração, de criação de ideias, de novos formatos, para estimular o consumo”, diz Maia.
Assim como nenhum elemento do marketing faz nada sozinho, não só em clubes, mas em qualquer empresa, os fan tokens também precisam ter a imagem trabalhada para chegar ao consumidor de forma clara, oferecendo algo que seja palatável e legível ao torcedor. Ou seja, as pessoas precisam entender do que se trata este ativo digital para poder consumi-lo.
Segundo Felipe Ribbe, gerente de inovação do Galo, o objetivo principal para o clube é criar uma nova maneira de engajamento com torcedores, não só do Galo, mas com torcedores de futebol em geral. Em segundo lugar, o clube quer experimentar a tecnologia blockchain e “aprender fazendo”.
“Tenho certeza que esta tecnologia terá grande impacto na sociedade. Para o Atlético, é muito importante entender como será este impacto lá na frente. Claro que existem inúmeras formas de utilização da blockchain, o fan token é só uma delas, mas entra como parte de uma estratégia macro que estamos explorando, que envolve ainda os NFTs”, destaca Ribbe.
Ele também afirma que os fan tokens são uma nova e importante fonte de receita. “As organizações esportivas são historicamente dependentes das fontes tradicionais, como patrocínio, direitos de TV e bilheteria. Porém, acredito que estas fontes atingiram um teto. Elas vão seguir sendo muito importantes, porém é necessário ir além e buscar outras fontes complementares”, assegura.
Para ter um fan token do Atlético-MG, foi preciso desembolsar, no dia do lançamento, 2 dólares, pouco mais de 10 reais. A listagem foi feita no dia 27 de setembro e, com isso, esse valor começou a flutuar de acordo com a oferta e demanda.
“Qualquer torcedor tem acesso, basta criar uma conta no app da Socios.com ou comprar em uma exchange de cripto parceira, como o Mercado Bitcoin. Com apenas um fan token você já consegue participar das votações e promoções especiais”, explica Ribbe.
Pelo lado paulista, o Corinthians aposta na possibilidade de trazer o torcedor que está longe do clube para perto. Ou seja, aquela pessoa que não é de São Paulo ou que não está no Brasil, mas quer participar das atividades do clube, pode fazer isso com ajuda do fan token.
“A lógica do Fiel Torcedor atende o perfil que busca prioritariamente frequentar a Neo Química Arena, que é a experiência mais valiosa da vida do corinthiano, seja em jogos, seja em visitas, com muitos outros benefícios a serem incluídos. Já o fan token oferece uma participação digital muito ativa àqueles que não estão fisicamente tão próximos, dentro de enquetes que o clube destina exclusivamente a eles. São produtos complementares, com interações que atendem diferentes perfis de corinthianos, tanto local quanto globalmente”, diz Danilo Fratangelo, gerente de Inovação do Corinthians.
Ainda segundo Fratangelo, ao longo da última década, o clube tem observado uma rápida ascensão do segmento de criptoativos. Com isso, o Corinthians percebeu a tendência e, após um estudo criterioso, lançou os fan tokens para oferecer novas possibilidades para que as pessoas exerçam sua paixão e, ao mesmo tempo, construam linhas sustentáveis de negócios para o clube a partir disto.
Na Europa, além da Juventus, entre os gigantes que utilizam criptomoedas estão: Barcelona, Milan, PSG e Manchester City. No Brasil, Corinthians e Atlético-MG possuem fan tokens disponíveis aos torcedores. Recentemente, o Flamengo anunciou também uma parceria com a “socios.com” a fim de lançar seus fan tokens no futuro.
Além disso, segundo informações da assessoria do Botafogo, “a tendência é que o clube entre na era do mercado de criptomoedas ainda neste ano”. “Neste momento, o Botafogo negocia a empresa que cuidará da operação. Parte de seu valor será usado para pagar o lateral-direito recém-contratado: Rafael”.
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