Hit da IA: "Heart on My Sleeve" se tornou viral, mas não era cantada por Drake e The Weeknd (Montagem/Reprodução)
Repórter
Publicado em 16 de novembro de 2023 às 15h41.
Última atualização em 16 de novembro de 2023 às 15h44.
O YouTube está implementando uma série de recursos de inteligência artificial (IA) com potencial de mudar a forma como músicas são criadas e também divulgadas na plataforma.
Entre as novidades, destaca-se o 'Dream Track', uma ferramenta que permite aos usuários gerar faixas musicais de 30 segundos a partir de comandos de texto ou simples melodias cantaroladas.
O recurso, em fase de testes com um grupo restrito de criadores nos Estados Unidos, oferece a possibilidade de emular o estilo de nove artistas renomados, que estão colaborando ativamente no projeto.
Essa iniciativa surge no contexto dos desafios contemporâneos relacionados às normas emergentes e às regras de direitos autorais no universo da música gerada por IA. A questão ganhou evidência quando uma canção "de Drake em parceria com The Weeknd" produzida por IA se tornou viral, levando o YouTube a firmar um acordo com a Universal Music para definir diretrizes sobre música gerada por IA na plataforma.
O 'Dream Track' é capaz de criar letras, faixas de acompanhamento e vozes geradas por IA no estilo de artistas como Alec Benjamin, Charlie Puth, Charli XCX, Demi Lovato, John Legend, Papoose, Sia, T-Pain e Troye Sivan.
Demonstrações em vídeo ilustram como a IA pode criar uma música no estilo de Charlie Puth a partir da descrição "Uma balada sobre opostos que se atraem, acústica animada", ou uma canção ao estilo de T-Pain inspirada por "Uma manhã ensolarada na Flórida, R&B".
Além do 'Dream Track', o YouTube também desenvolveu outras ferramentas de IA musical. Um exemplo é a capacidade de gerar uma faixa de saxofone combinando uma melodia cantarolada com a descrição "solo de saxofone".
Há também demonstrações de beatboxing transformado em uma batida de bateria, canto convertido em partitura orquestral e acordes de um teclado MIDI gerando um coro vocal.
Essas ferramentas de IA musical, que serão disponibilizadas para participantes de um incubador de IA musical do YouTube ainda este ano, são alimentadas por um modelo de geração de música chamado Lyria, desenvolvido pela DeepMind, subsidiária do Google.
De acordo com um post no blog da DeepMind, as faixas criadas com Lyria terão uma marca d'água SynthID, inaudível ao ouvido humano, que permite identificar conteúdo gerado por IA mesmo após edições.
O anúncio dessas ferramentas ocorre pouco depois de o YouTube revelar novas diretrizes de conteúdo para deepfakes gerados por IA, buscando proteger indivíduos e parceiros da indústria musical. A ideia parece ser surfar a onda ao invés de nadar contra ela.