Desde o início do segundo mandato, governo Trump tem promovido uma cruzada contra o movimento "woke", agora direcionada a empresas de IA (AFP)
Redator
Publicado em 21 de julho de 2025 às 09h58.
Após encerrar programas de diversidade e inclusão logo no início do mandato, a administração de Donald Trump está avançando em sua cruzada contra o que considera ser o movimento “woke”, agora direcionando sua atenção à inteligência artificial.
Essa ação ocorre em um contexto de crescente importância de contratos governamentais para financiar o desenvolvimento de IA e da necessidade de parcerias para a adoção dessa tecnologia no setor público.
De acordo com o Wall Street Journal, oficiais da Casa Branca estão preparando uma ordem executiva direcionada a empresas de tecnologia que, segundo eles, operam com modelos de IA “woke”. O objetivo é garantir que receptoras de contratos federais sejam politicamente neutras e imparciais, combatendo o que a administração vê como modelos de IA excessivamente liberais.
Nos últimos anos, com o crescimento e a popularização de chatbots como o Gemini do Google, alguns conservadores argumentam que esses modelos são politicamente inclinados à esquerda.
A polêmica aumentou após respostas da IA que geraram reações negativas, como a representação de George Washington como negro ou nazistas sendo mostrados de forma racialmente diversa.
Esse tipo de falha motivou críticas, especialmente em relação ao possível impacto nos consumidores ou à existência de viés da tecnologia.
Sendo formulada por David Sacks e Sriram Krishnan, dois dos principais assessores de política de IA da Casa Branca, a ordem executiva deve ter implicações de longo alcance, obrigando os desenvolvedores de IA a tomar cuidados extras com seus modelos.
Como as IAs são treinadas com grandes volumes de dados da internet, as “alucinações” — respostas incorretas ou inesperadas — podem ser difíceis de rastrear, tornando a compreensão da origem do problema mais complexa.
Essa ordem faz parte de um conjunto de medidas que será divulgado na próxima semana, juntamente com o "plano de ação" de Trump para manter a liderança dos EUA na corrida global da IA, especialmente contra a China.
Outro aspecto do plano será promover as exportações de chips e ferramentas de IA desenvolvidas no país para aliados, além de acelerar a construção de data centers e a produção da energia necessária para sustentar essa infraestrutura.
Apesar da controvérsia em torno da ordem, que pode ser vista como uma forma de favorecer certos desenvolvedores, ela reflete a crescente preocupação do governo com o viés ideológico nas tecnologias de IA e seu impacto na política nacional.