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Robô da Tesla vai dar certo? Cenário indica caminho tortuoso

Otimismo de Elon Musk esbarra em problemas de fabricação e competição internacional

Tesla Optimus enfrenta atrasos e desafios na produção (Yaroslav Kushta/Getty Images)

Tesla Optimus enfrenta atrasos e desafios na produção (Yaroslav Kushta/Getty Images)

Publicado em 26 de julho de 2025 às 07h43.

A Tesla vem enfrentando atrasos e problemas técnicos no desenvolvimento do robô humanoide Optimus, projeto anunciado como uma nova linha de negócios da empresa de Elon Musk.

O cronograma inicial previa que os robôs estariam operando em fábricas até o final de 2025, mas a produção foi suspensa devido a falhas em componentes como articulações e baterias.

Até o momento, cerca de 1.000 unidades foram produzidas, abaixo da meta inicial, que era de 5 mil.

O Optimus é um robô de formato humanoide que a Tesla pretende usar para tarefas industriais, como transporte de peças e apoio logístico. A empresa planeja expandir a produção nos próximos anos, mas enfrenta dificuldades na cadeia de suprimentos, especialmente no fornecimento de ímãs de terras raras, essenciais para os motores dos robôs.

O projeto também teve mudanças na liderança, com a saída do chefe do programa em junho de 2025. Atualmente, a companhia trabalha em uma nova versão do robô, o Optimus 3, com planos de iniciar produção em escala em 2026.

Concorrência e mercado de robótica humanoide

Enquanto a Tesla encara atrasos, empresas concorrentes, principalmente na China, avançam no desenvolvimento e implantação de robôs humanoides. Startups, como Unitree, AgiBot, e grandes empresas chinesas registram crescimento no setor, com investimentos em alta e contratos comerciais fechados.

Analistas do setor apontam que o mercado de robôs humanoides pode chegar a bilhões de dólares até 2035, mas os valores previstos por Musk para a receita anual da empresa com o Optimus ainda parecem distantes.

Além disso, o formato humanoide enfrenta questionamentos sobre sua eficiência para tarefas industriais específicas, onde robôs especializados ainda predominam.

A Tesla também lida com desafios técnicos relacionados ao uso exclusivo de câmeras para percepção ambiental nos robôs, uma abordagem que tem limitações comparada a pilhas de sensores múltiplos utilizadas por concorrentes.

Resultados de Tesla

A Tesla (TSLA) reportou queda nas receitas no segundo trimestre de 2025, para R$ 22,49 bilhões, um recuo de 12% ano a ano e abaixo das expectativas do mercado – o que configura a maior queda trimestral nas receitas em mais de uma década.

No primeiro trimestre, a empresa já havia registrado uma redução de 9% na receita, totalizando R$ 19,34 bilhões, e uma queda de 13% nas entregas globais de veículos, indicando uma continuidade no desempenho fraco ao longo do semestre.

Após o lançamento da versão atualizada e esperada do seu SUV mais vendido, o Modelo Y, os investidores acreditavam que a demanda seria impulsionada novamente.

A companhia explicou que a redução nos lucros foi causada pela diminuição nas entregas de veículos e pela menor receita obtida com a venda de créditos regulatórios automotivos.

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