Inteligência Artificial

Substituir ou não funcionários por IA: eis a questão para o CEO da AWS

Matt Garman adverte que substituir funcionários iniciantes por inteligência artificial pode ser um erro, destacando a importância de investir no desenvolvimento de habilidades humanas para o futuro da tecnologia

Matt Garman: CEO da Amazon Web Services (AWS)

Matt Garman: CEO da Amazon Web Services (AWS)

Publicado em 19 de agosto de 2025 às 14h34.

Última atualização em 20 de agosto de 2025 às 16h37.

A Amazon é uma das big techs que mais está investindo em inteligência artificial e data centers, com planos de gastar US$ 100 bilhões somente neste ano. Com isso, o CEO da empresa, Andy Jassy, prevê redução no número de funcionários. Atualmente, a Amazon emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas, além de mais de 1 milhão de robôs.

No entanto, a substituição de trabalhadores por ferramentas de IA não é uma solução viável para qualquer empresa ou função. Matt Garman, CEO da unidade de nuvem da Amazon (AWS), alerta os líderes empresariais sobre os riscos desse processo, especialmente quando funcionários mais jovens são trocados por IA.

Em uma entrevista ao podcast "Matthew Berman", publicada nesta terça-feira, 19, Garman disse que substituir colaboradores iniciantes por IA é "uma das coisas mais idiotas que já ouvi". Isso porque esses funcionários costumam ser os mais baratos e, ao mesmo tempo, os que mais aproveitam as ferramentas de IA. “Como as coisas estarão daqui a 10 anos, se ninguém tiver aprendido ou construído nada?”, questiona.

Garman sugere que as empresas continuem contratando recém-formados e os ensinem a desenvolver software, resolver problemas e adotar as melhores práticas. Para ele, as habilidades mais valiosas em uma economia movida pela IA não estão ligadas a um diploma específico.

Por isso, o CEO também alerta para o erro de passar todo o tempo aprendendo uma única habilidade e achar que será especialista nela pelos próximos anos. Em vez disso, a recomendação é que os estudantes se concentrem em desenvolver habilidades como raciocínio crítico, criatividade e adaptabilidade, essenciais para acompanhar a evolução tecnológica.

Impacto da IA é evidente

Apesar do alerta de Garman e da existência de visões divergentes, a pressão sobre os empregos de nível júnior já é evidente. De acordo com o Goldman Sachs, a taxa de desemprego entre profissionais de tecnologia nos EUA de 20 a 30 anos aumentou quase 3 pontos percentuais desde o início de 2024, mais de quatro vezes o crescimento da taxa geral.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, por exemplo, disse em junho que a tecnologia já supera trabalhadores juniores, enquanto Jeff Dean, cientista-chefe do Google, previu que, em breve, a IA será capaz de replicar as habilidades de um engenheiro de software júnior.

Por outro lado, Thomas Dohmke, CEO do GitHub até o final do ano, defende que jovens engenheiros trazem novas perspectivas e são mais propensos a adotar rapidamente a IA. "Eles têm uma mente mais aberta para isso, não têm a mentalidade de 'sempre fizemos assim'", destaca Dohmke.

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