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Problema no Autopilot obriga Tesla a fazer recall de 1,6 milhão de veículos

Maior recall da Tesla na China abrange os modelos S, X, 3 e Y devido a problemas de direção assistida e travas de porta

Tesla Model Y: recall foi o maior da fabricante na Ásia (Universal Images/Getty Images)

Tesla Model Y: recall foi o maior da fabricante na Ásia (Universal Images/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 18h45.

Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 19h03.

A Tesla está realizando um recall de mais de 1,6 milhão de veículos elétricos, incluindo os modelos S, X, 3 e Y, exportados para a China. O motivo do recall são falhas no sistema de direção assistida automática e nos controles de travamento das portas. Este é o maior recall já realizado pela Tesla no país asiático e afeta a maioria dos carros vendidos pela empresa na China, conforme reportagens da Bloomberg e do Wall Street Journal.

A Administração Estatal de Regulação do Mercado da China anunciou o recall na sexta-feira passada. Segundo o anúncio, a Tesla em Pequim e Xangai realizará atualizações remotas para solucionar os problemas, evitando, na maioria dos casos, a necessidade de os proprietários dos veículos visitarem os centros de serviço da Tesla.

Esse recall ocorre após outro realizado nos Estados Unidos no mês passado, envolvendo mais de 2 milhões de veículos elétricos da Tesla para aprimorar o sistema de monitoramento de motoristas.

O recall chinês se deve a problemas na função de assistência automática de direção, afetando 1,6 milhão de Teslas modelos S, X, 3 e Y importados. Há um risco aumentado de acidentes quando a função de direção automática é utilizada, de acordo com o comunicado.

Além disso, o recall para correção do controle lógico de desbloqueio das portas nos modelos S e X importados afeta 7.538 veículos fabricados entre 26 de outubro de 2022 e 16 de novembro de 2023. A medida visa prevenir que as travas das portas se abram durante colisões.

Este recall é um desdobramento de uma investigação de dois anos realizada pela Administração Nacional de Segurança no Trânsito Rodoviário dos EUA (NHTSA) sobre uma série de acidentes – alguns fatais – que ocorreram enquanto o sistema de direção parcialmente automatizado Autopilot estava em uso. A investigação concluiu que o sistema estava defeituoso.

As atualizações têm como objetivo fazer com que os motoristas que usam o sistema Autopilot prestem mais atenção à estrada. Documentos enviados pela Tesla ao governo dos EUA indicam que a mudança no software online aumentará os avisos e alertas para que os motoristas mantenham as mãos no volante.

No entanto, pesquisas realizadas pela NHTSA, pelo Conselho Nacional de Segurança no Transporte e outros investigadores demonstram que medir apenas o torque no volante não garante que os motoristas estejam prestando atenção suficiente.

A China é um importante mercado e centro de fabricação para a Tesla, e o CEO da empresa, Elon Musk, estabeleceu laços estreitos com autoridades chinesas, mesmo diante do esfriamento das relações entre EUA e China. A Tesla construiu uma fábrica de veículos elétricos em Xangai em 2019, que monta carros para a China, Europa e outros mercados estrangeiros.

A Tesla é a segunda maior vendedora no crescente mercado chinês de veículos elétricos. A líder de mercado é a empresa automotiva chinesa BYD, que recentemente ultrapassou a rival americana.

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