Aravind Srinivas: cofundador e CEO da Perplexity (Kimberly White/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 12h40.
Última atualização em 12 de agosto de 2025 às 12h44.
A Perplexity, startup de inteligência artificial fundada em 2022, fez nesta terça-feira, 12, uma proposta para adquirir o navegador Chrome do Google por US$ 34,5 bilhões, quase o dobro de seu próprio valor de mercado, estimado em US$ 18 bilhões. A oferta, segundo a empresa, conta com apoio integral de grandes fundos de venture capital.
A proposta surge no momento em que a Justiça dos EUA avalia impor ao Google a venda do Chrome como forma de reduzir seu domínio no mercado de buscas online, onde detém cerca de 90% de participação. O juiz federal Amit Mehta, que no ano passado considerou a empresa culpada por monopólio ilegal, deve decidir ainda este mês quais medidas serão adotadas para restaurar a concorrência.
O valor de mercado do navegador varia conforme a estimativa, indo de US$ 20 bilhões a US$ 50 bilhões. Com mais de 3,5 bilhões de usuários e cerca de 60% de participação global, o Chrome é um dos principais ativos do Google no ecossistema digital.
Em carta enviada a Sundar Pichai, presidente-executivo da Alphabet, controladora do Google, a Perplexity afirmou que sua proposta atende ao “interesse público máximo” ao transferir o navegador para um operador independente. A startup disse que manteria o projeto de código aberto Chromium, base do Chrome, e preservaria o Google como buscador padrão, com opção de troca pelo usuário.
Pichai, porém, argumentou em depoimento que uma venda prejudicaria os negócios, reduziria investimentos em novas tecnologias e criaria riscos de segurança. O Google não manifestou intenção de se desfazer do Chrome.
O caso contra o Google foi aberto pelo Departamento de Justiça em 2020. Além da possível venda do Chrome, o juiz Mehta avalia limitar pagamentos para ser buscador padrão em dispositivos e exigir compartilhamento de dados com concorrentes. Ele também questionou se a popularização de chatbots de IA já estaria reduzindo a relevância do modelo tradicional de busca.
O Google propôs alternativas menos radicais, como mudar acordos exclusivos com Apple, Mozilla e Android para aumentar a competição. Analistas, porém, avaliam que a venda do Chrome é improvável, apesar de o magistrado ter admitido que seria “mais limpa e elegante” do que outras soluções.