Inteligência Artificial

Pentágono pretende colocar frota com inteligência artificial para conter ameaça da China

Uma estratégia poderia ser aproveitar as capacidades demonstradas pela Task Force 59, a rede de drones e sensores da Marinha dos Estados Unidos

Os EUA procuram acompanhar o ritmo da rápida expansão militar da China (U.S. Air Force/Getty Images/Getty Images)

Os EUA procuram acompanhar o ritmo da rápida expansão militar da China (U.S. Air Force/Getty Images/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 6 de setembro de 2023 às 20h01.

Última atualização em 6 de setembro de 2023 às 20h20.

O Pentágono pretende colocar em campo uma vasta rede de tecnologia municiada por inteligência artificial, drones e sistemas autônomos nos próximos dois anos para combater as ameaças da China e de outros países. A vice-secretária do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, Kathleen Hicks, detalhou, em um discurso nesta quarta-feira, os planos da área de gastar centenas de milhões de dólares para produzir sistemas de inteligência artificial para uso no espaço aéreo, terra e mar e que sejam "pequenos, inteligentes e baratos".

Os EUA procuram acompanhar o ritmo da rápida expansão militar da China, devido a preocupações de que a burocracia do Pentágono leve um período demasiadamente demorado para desenvolver e implementar sistemas de ponta. "Não estamos em guerra. Não pretendemos estar em guerra, mas temos de ser capazes de fazer com que este departamento avance com o mesmo tipo de urgência porque a RPC não está esperando", disse Hicks durante uma entrevista, referindo-se à República Popular da China.

Tecnologia na corrida armamentista

Uma estratégia poderia ser aproveitar as capacidades demonstradas pela Task Force 59, a rede de drones e sensores da Marinha dos Estados Unidos concebida para monitorar as atividades militares do Irã no Oriente Médio.

"Imagine conjuntos distribuídos de sistemas com propulsão própria autônomos à tona, movidos pelo sol e outros recursos virtualmente ilimitados, repletos de sensores abundantes e suficientes para nos fornecer fontes novas e confiáveis de informações quase em tempo real", disse Hicks durante o discurso para uma conferência organizada pelo Defense News em Arlington, Virgínia.

Outras capacidades que estão em estudo são sistemas autônomos baseados em terra para fornecer logística, sistemas independentes no espaço que seriam tão numerosos a ponto de se tornarem difíceis de serem destruídos por um adversário, além de equipamentos com autonomia que poderiam se defender de mísseis que se aproximassem.

Inteligência artificial

Os sistemas autônomos usam inteligência artificial para detectar e atacar alvos inimigos e podem incluir drones pilotados de maneira autônoma no ar e no mar. O Departamento de Defesa investe há muito tempo em tais sistemas — incluindo navios sem pilotos e aeronaves sem tripulação.

O discurso de Hicks aprofundou os detalhes sobre a iniciativa "Replicador" que o Pentágono anunciou na semana passada para compensar o crescimento militar chinês. Na ocasião, o Departamento de Defesa disse que esperava implantar milhares de sistemas, mas sem explicar como eles poderiam ser usados.

Sistemas autônomos são coisas que podemos usar por três, cinco anos antes de avançarmos para outros produtos, já que é uma necessidade dada a dinâmica e o ritmo acelerado e inovador de nossos adversários, disse.

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