Palantir é especializada em software para o governo dos EUA (Divulgação/Divulgação)
Redator
Publicado em 27 de junho de 2025 às 15h41.
Revigorada pela crescente necessidade de fontes seguras e estáveis de energia, especialmente com o aumento da demanda para data centers de inteligência artificial, a matriz nuclear está em alta no interesse de governos e big techs. Entretanto, sua construção ainda é lenta. Por isso, o acordo firmado entre a Palantir Technologies, empresa especializada em software para o governo dos EUA, e a Nuclear Company, startup do setor, tem como objetivo usar inteligência artificial para acelerar e baratear a construção de usinas nucleares.
Anunciado nesta quinta-feira, 26, o acordo prevê o pagamento de US$ 100 milhões à Palantir ao longo dos próximos cinco anos. Com o software da empresa, a Nuclear Company digitalizará toda a documentação necessária para a construção de novas usinas, o que permitirá que as equipes identifiquem eventuais atrasos na cadeia de suprimentos em tempo real.
Jonathan Webb, CEO da startup, explicou que o objetivo da empresa é agilizar o processo de construção, com a meta de começar a entregar eletricidade até o final da década de 2030, mesmo que atualmente não haja usinas em construção.
Segundo Mike Gallagher, chefe de defesa da Palantir, os Estados Unidos precisarão aumentar sua produção de energia nuclear para enfrentar a crescente concorrência da China. De acordo com especialistas da Bloomberg, dos 61 reatores nucleares em construção no mundo, 26 estão na Rússia e 25 na China, enquanto nenhum está sendo construído nos Estados Unidos.
Nos últimos 30 anos, os EUA construíram apenas duas usinas, as Vogtle Unidades 3 e 4. Gallagher, ex-congressista do país, avalia que, além da extensa regulamentação, um dos motivos pelos quais essas usinas demoraram 15 anos para serem construídas é a grande quantidade de documentos que os trabalhadores devem preencher durante o processo de construção.
Com o projeto, o chefe de defesa da Palantir espera que os EUA consigam construir usinas nucleares de forma mais barata, segura e, principalmente, mais rápida do que a China.
Em maio, o presidente Donald Trump assinou ordens executivas que preveem a construção de 10 reatores nucleares de grande porte até 2030 e a expansão da capacidade nuclear total dos EUA para 400 gigawatts até 2050, mais de quatro vezes a capacidade atual.
Com o aumento da demanda por energia, grandes empresas de tecnologia, como Amazon, Google, Meta e Microsoft, também estão investindo ou firmando acordos para comprar eletricidade de startups nucleares.