Investidores apostam que OpenAI quebrará a marca de um trilhão de dólares em valor de mercado. (PAU BARRENA/Getty Images)
Publicado em 20 de setembro de 2024 às 12h56.
Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 13h29.
A OpenAI, empresa por trás do popular ChatGPT, está prestes a concluir uma nova rodada de captação de recursos, avaliada em mais de US$ 6 bilhões (R$ 32,6 bilhões). Esse movimento reflete a crença dos investidores de que a startup se tornará uma das maiores empresas de inteligência artificial (IA) do mundo, com o rumo dos negócios caminhando para se somarem ao das empresas que valem acima dos trilhões de dólares.
Com a nova valorização de US$ 150 bilhões (R$ 815 bilhões), foram renovados os aportes da Thrive Capital, liderado por Josh Kushner, que já contribuiu com pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 5,4 bilhões) recentemente. As informações são do Financial Times.
Mas a OpenAI está longe do seu objetivo final. A empresa aguarda ainda a entrada de US$ 5 bilhões (R$ 27,17 bilhões) ou mais, vindo de gigantes da tecnologia como Apple, Nvidia e Microsoft entre as empresas que hoje se tornaram clientes importantes para a empresa e parceiros estratégicos na corrida da IA. Além desses, fundos como o Tiger Global, de Nova York, e o MGX, dos Emirados Árabes Unidos, também estão em negociação para garantir uma fatia dos retornos da empresa.
Apesar do interesse de grandes nomes, outros investidores influentes, como Andreessen Horowitz e Sequoia Capital, conhecidos por sua forte presença no Vale do Silício, decidiram não participar dessa nova rodada, mesmo sendo apoiadores iniciais da OpenAI.
O volume de capital envolvido e o modelo de captação são incomuns no ecossistema de startups. Investidores como Thrive e Tiger Global, que tradicionalmente fazem aportes menores em empresas menos estabelecidas, estão apostando que a OpenAI atingirá um valor de mercado de pelo menos US$ 1,5 trilhão (R$ 8,15 trilhões) nos próximos anos. Isso a colocaria entre as maiores empresas do mundo, superando o valor de mercado de gigantes como Meta e Berkshire Hathaway.
A OpenAI tem mostrado um crescimento notável desde o lançamento do ChatGPT. A receita anualizada da empresa já atinge cerca de US$ 3,6 bilhões (R$ 19,56 bilhões), mas a companhia continua a consumir mais de US$ 5 bilhões (R$ 27,17 bilhões) por ano em investimentos para desenvolvimento de novos modelos e produtos.
O avanço no campo da IA generativa tem sido visto como uma oportunidade gigantesca, com potencial de criar um valor econômico de trilhões de dólares, comparável às revoluções trazidas pela computação em nuvem e pela internet.
Para justificar o volume de investimento e atender às expectativas dos investidores, a empresa precisa superar uma concorrência acirrada de gigantes tecnológicos como Google e Meta. O custo de treinamento de modelos de IA avançados continua alto, forçando a startup a buscar constantemente novos aportes.
Além disso, a OpenAI também precisa lidar com o aumento da complexidade em sua operação à medida que transita de uma startup emergente para uma corporação de grande porte. Manter o ritmo de inovação e ao mesmo tempo se estruturar como uma empresa global não será tarefa fácil.
Apesar disso, a empresa ainda atrai novos investidores devido à sua posição estratégica. A parceria com a Microsoft, que já injetou US$ 13 bilhões (R$ 70,55 bilhões) na OpenAI, fortalece a posição da empresa no mercado. A Microsoft, além de ser um dos maiores investidores da OpenAI, também compete com ela em alguns segmentos, o que adiciona complexidade à relação entre as duas companhias.