Inteligência Artificial

OpenAI deixará de ser sem fins lucrativos e dará participação acionária para Sam Altman

A mudança permitirá que a empresa possa elevar seu valor de mercado acima de US$ 150 bilhões ao extinguir teto de ganhos para investidores

Sam Altman: CEO da OpenAI (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

Sam Altman: CEO da OpenAI (Tomohiro Ohsumi/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 25 de setembro de 2024 às 17h52.

Última atualização em 25 de setembro de 2024 às 18h17.

A OpenAI, criadora do ChatGPT, está desenvolvendo um plano para reestruturar seu modelo de negócios e se transformar em uma benefit corporation, uma entidade com fins lucrativos e foco em responsabilidade social, segundo noticiou a Reuters. Com isso, a empresa não será mais controlada pelo conselho de sua fundação sem fins lucrativos. A mudança é uma forma de atrair mais investidores e aumentar a competitividade da OpenAI no mercado.

A OpenAI continuará mantendo sua fundação sem fins lucrativos, que deverá manter uma participação minoritária na nova estrutura corporativa. Essa reformulação também pode impactar a forma como a empresa gerencia os riscos da inteligência artificial (IA), com uma nova estrutura de governança em discussão.

Sam Altman, CEO da OpenAI, será beneficiado pela primeira vez com participação acionária na companhia. Com o processo de reestruturação, o valor de mercado da OpenAI pode chegar a US$ 150 bilhões, conforme fontes próximas. Além disso, a empresa estaria planejando remover o limite de retorno para investidores, tornando-se ainda mais atrativa.

O plano de reestruturação, revelado pela Reuters, representa uma mudança significativa na governança da OpenAI. O modelo está sendo discutido com advogados e acionistas, e o prazo para sua implementação ainda é incerto. A nova estrutura, segundo especialistas, poderia assemelhar a OpenAI a empresas rivais como a Anthropic e a xAI, ambas registradas como benefit corporations.

Saída de executivos e mudanças internas

O anúncio da reestruturação ocorre em meio a mudanças na liderança da OpenAI. Mira Murati, que ocupava o cargo de diretora de tecnologia, anunciou sua saída da empresa de forma abrupta nesta quarta-feira, 25. Greg Brockman, presidente da OpenAI, também está afastado, reforçando o momento de transição na companhia.

A OpenAI foi fundada em 2015 como uma organização de pesquisa em IA sem fins lucrativos. Em 2019, a empresa criou uma subsidiária com fins lucrativos, a OpenAI LP, que atraiu investimentos da Microsoft para financiar suas pesquisas.

A companhia ganhou notoriedade global em 2022 com o lançamento do ChatGPT, uma das aplicações de crescimento mais rápido na história, atingindo 200 milhões de usuários ativos semanais.

Implicações para a segurança da IA

O modelo incomum da OpenAI, que dá à fundação sem fins lucrativos controle total sobre a subsidiária lucrativa, foi originalmente estabelecido para garantir que a missão de desenvolver uma IA segura e benéfica para a humanidade permanecesse no centro das operações da empresa.\

No entanto, a remoção desse controle pode levantar preocupações sobre a capacidade da OpenAI de continuar se responsabilizando pela segurança da IA, especialmente após a dissolução da equipe responsável pelos riscos de longo prazo da IA, no início deste ano.

A reestruturação também ocorre após um dos maiores dramas corporativos do Vale do Silício, em que o conselho da fundação afastou Sam Altman no ano passado. Ele foi reintegrado após cinco dias com forte apoio de funcionários e investidores, levando à reformulação do conselho, que agora é presidido por Bret Taylor, ex-co-CEO da Salesforce.

Acompanhe tudo sobre:OpenAI

Mais de Inteligência Artificial

IA generativa recorre a livros para crescer

Amazon investe mais US$ 4 bilhões na startup de IA Anthropic

Amado pelos designers, CEO do Figma acredita que futuro dos produtos digitais passa pela IA

Google DeepMind é um sucesso e uma tragédia ao mesmo tempo, diz executiva da empresa