Repórter
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 13h41.
A OpenAI inaugurou, na segunda-feira, 17, no Museu das Favelas, no centro de São Paulo, sua primeira grande ação social no Brasil voltada à formação em inteligência artificial. Em parceria com KondZilla, GR6 e Flint, a empresa lançou o MUTIRÃO.AI, um programa itinerante que pretende levar oficinas, laboratórios e conteúdos educacionais de IA a comunidades periféricas em diversas regiões do país.
A aula inaugural, batizada de Crias.BR, marcou o início do projeto e reuniu jovens, artistas, empreendedores e educadores em uma tarde de oficinas práticas sobre criação musical, vídeo, design e produção de conteúdo usando modelos de IA.
A programação contou com especialistas da indústria criativa como Paulo Aguiar, Thais Martan e Wendell Nunes, além da participação de Tico Fernandes (KondZilla) e Christian Rôças, o Crocas (Flint), que demonstraram como ferramentas da OpenAI já estão sendo utilizadas para ampliar a capacidade produtiva de criadores e negócios locais.
A iniciativa faz parte da estratégia da OpenAI de aproximar tecnologias avançadas de públicos historicamente excluídos do debate digital, apoiando organizações culturais e educacionais com atuação direta nas periferias. A empresa descreve a ação como um primeiro passo na construção de uma rede nacional de formação em IA voltada para comunidades onde a criatividade sempre foi motor econômico — mas onde o acesso a ferramentas e capacitação tecnológica ainda é restrito.
Vulgo FK, Nicolas Andrade (OpenAI), Rodrigo Oliveira (GR6), Varun Shetty (OpenAI), Konrad Dantas (KondZilla), Christian Rôças (Flint), Kew e Tico (KondZilla) durante o lançamento do MUTIRÃO.AI no Museu das Favelas, em São Paulo.
Nas próximas etapas do projeto, previstas para 2026, artistas como Kevinho, Livinho, MC Davi, Lexa, MC Don Juan e MC Hariel se juntarão a especialistas em IA em um roadshow que passará por diferentes estados, com oficinas sobre desenvolvimento de narrativas, produção musical assistida, criação audiovisual, batalhas de prompts e gestão de pequenos negócios digitais.
Para a OpenAI, a iniciativa reforça que o impacto social da IA depende de acesso, capacitação e presença territorial, especialmente em comunidades onde a inovação cultural já se desenvolve de forma espontânea, mas sem infraestrutura tecnológica equivalente. A ação também cria pontes com coletivos e produções que hoje moldam parte significativa da cultura urbana no país.
Em paralelo ao roadshow, será lançado um programa nacional de educação a distância em IA, produzido pela Flint, para ampliar o alcance da iniciativa e criar uma trilha contínua de formação em tecnologia, cultura e negócios voltada a jovens de todas as regiões.
"O Brasil sempre esteve na vanguarda da criatividade digital. Apoiar iniciativas que conectam cultura periférica e tecnologia é essencial para que mais pessoas tenham oportunidades reais de criação e trabalho com IA", reforçou a OpenAI em nota.
Para as organizações parceiras, o projeto simboliza uma nova fase da relação entre tecnologia e cultura periférica. Konrad Dantas, fundador da KondZilla, resume: "O funk nasceu da criatividade de quem nunca teve acesso à tecnologia e agora está usando IA para contar suas próprias histórias. A favela sempre foi inovação".
Rodrigo Oliveira, presidente da GR6, vê o programa como um divisor de águas: "A inteligência artificial não substitui talento, ela amplifica. Dar acesso a essas ferramentas é permitir que vozes antes invisíveis ganhem alcance".