Sam Altman: CEO da OpenAI (JASON REDMOND/Getty Images)
Redator
Publicado em 11 de agosto de 2025 às 08h41.
No dia seguinte ao lançamento do GPT-5, o CEO da OpenAI, Sam Altman, afirmou que a empresa de inteligência artificial deve priorizar seu crescimento e os investimentos em treinamento e computação “por um longo tempo”, mesmo que isso atrase o caminho para a lucratividade.
No ano passado, a OpenAI previu perdas de cerca de US$ 5 bilhões sobre uma receita de US$ 3,7 bilhões. Pouco tempo depois, em junho deste ano, a receita recorrente anual subiu e atingiu os US$ 10 bilhões. Atualmente, a empresa está no caminho para dobrar esse número e superar os US$ 20 bilhões ainda em 2025. Apesar desse crescimento expressivo, registrado menos de três anos após o lançamento do ChatGPT, a OpenAI continua operando no vermelho.
“Enquanto estivermos nessa curva distinta de melhoria contínua do modelo, acho que o racional é simplesmente estar disposto a manter as perdas por um bom tempo”, disse Altman em entrevista ao Squawk Box, da CNBC, na sexta-feira, 8, após o lançamento de seu último modelo, o GPT-5.
Embora o desenvolvimento deles seja caro, os investidores não parecem se importar. Após as perdas de 2024, em abril a OpenAI captou US$ 40 bilhões, alcançando uma avaliação de US$ 300 bilhões – valor que deve ser superado por muito na próxima oferta de venda de ações, quando pode chegar aos US$ 500 bilhões. A Thrive Capital, investidora da OpenAI, pode liderar essa rodada, segundo a CNBC.
Segundo Altman, se a OpenAI quisesse, poderia se tornar lucrativa mais rapidamente do que o esperado. No entanto, como a empresa permanece privada e livre das pressões dos mercados públicos, continuará a investir em treinamento e computação. “É bom não ser pública”, disse o CEO.Fundada em 2015 como uma organização sem fins lucrativos, a OpenAI iniciou há cerca de um ano o processo para transformar sua parte lucrativa em uma public benefit corporation (PBC), uma estrutura empresarial que busca lucro sem abrir mão do bem social.
De acordo com Altman, apesar do alto financiamento recebido, a estrutura é um obstáculo, já que não oferece participação acionária tradicional aos investidores, o que acaba levando à desistência de muitos deles.
Com a mudança, a OpenAI seguiria sob controle da organização sem fins lucrativos, como defende sua própria comissão consultiva, mas equilibraria interesses financeiros e sociais. No entanto, alterar a estrutura requer aval da Microsoft, sua principal investidora desde 2019, sendo esse um dos principais motivos da atual crise na relação entre as duas.
O GPT-5, a IA mais avançada da OpenAI, foi lançado na quinta-feira, 7, e está disponível para todos, incluindo usuários gratuitos. Segundo a empresa, o novo modelo é mais inteligente, rápido e “muito mais útil”, com desempenho equiparável a “especialistas com doutorado”, principalmente em áreas como redação, programação e saúde.
Além disso, no início da semana passada, a OpenAI lançou seus dois primeiros modelos de linguagem de pesos abertos desde o GPT-2, em 2019. Eles foram desenvolvidos para servir como opções de baixo custo para desenvolvedores, pesquisadores e empresas que desejam rodá-los e personalizá-los facilmente.