Inteligência Artificial

O novo plano da Nvidia pra IA: o chip mais poderoso do mundo

Com o lançamento dos chips Blackwell e novas soluções em software, a Nvidia mira expansão no setor de data centers, projetando crescimento no mercado de US$ 250 bilhões

Jensen Huang, CEO da Nvidia: empresa aproveitou a alta do bitcoin por dominar o setor de hardware de mineração (I-HWA CHENG/AFP/Getty Images)

Jensen Huang, CEO da Nvidia: empresa aproveitou a alta do bitcoin por dominar o setor de hardware de mineração (I-HWA CHENG/AFP/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 19 de março de 2024 às 16h45.

Última atualização em 19 de março de 2024 às 16h50.

Na tarde desta terça-feira, 19, as ações da Nvidia mantiveram-se estáveis, recuperando-se de uma ligeira queda. O otimismo dos investidores foi renovado após declarações do CEO Jensen Huang durante um encontro com analistas, onde projetou um aumento na participação da empresa no mercado de data centers, avaliado em US$ 250 bilhões.

As observações de Huang surgiram na sequência do anúncio, pela Nvidia, de sua mais recente geração de chips de inteligência artificial, denominada Blackwell, além de uma nova plataforma de software AI, um dia antes.

"A criação de chips que aprimoram a execução de softwares é viável; contudo, sem software, não se cria um novo mercado. Nossa distinção reside no fato de sermos, ao que tudo indica, a única empresa de chips capaz de criar seu próprio mercado," afirmou Huang.

O anúncio dos novos chips ocorreu na segunda-feira, 18, durante a conferência de desenvolvedores da Nvidia em San Jose, Califórnia. Huang destacou os processadores como sendo mais potentes que a atual geração de unidades de processamento gráfico Hopper, notáveis pela alta demanda em aplicações de grandes modelos de IA.

O primeiro chip da série Blackwell, o GB200, tem previsão de envio para o final deste ano.

"Para tornar isso possível, foi necessário desenvolver novas tecnologias," mencionou Huang, enquanto exibia um dos novos chips em uma entrevista ao "Squawk on the Street" da CNBC na terça-feira, 19.

Ele estimou que um chip poderia custar entre US$ 30.000 a US$ 40.000, com o orçamento de pesquisa e desenvolvimento para o processador alcançando cerca de US$ 10 bilhões.

Além dos chips, a Nvidia anunciou na segunda-feira, 18, um novo produto de software empresarial, o Nvidia Inference Microservice, facilitando a utilização de gerações anteriores de GPUs Nvidia.

Analistas da Bernstein mantiveram uma avaliação de desempenho superior para as ações da empresa e um alvo de preço de US$ 1.000, comparando o impacto do keynote de Huang ao de uma apresentação de Taylor Swift por atrair grandes públicos.

Por outro lado, analistas da Wells Fargo exibiram um otimismo cauteloso, reiterando uma avaliação positiva das ações da Nvidia e aumentando seu alvo de preço para US$ 970, de US$ 840 anteriormente.

Embora alguns esperassem mais do lançamento do Blackwell B200, a Wells Fargo reforçou sua visão positiva de longo prazo sobre a tecnologia da Nvidia e as oportunidades de monetização.

Analistas da Goldman Sachs, mantendo uma avaliação de compra, aumentaram seu alvo de preço para US$ 1.000, de US$ 875, expressando uma "renovada apreciação" pela inovação da Nvidia, suas relações com clientes e parceiros, e papel fundamental no espaço de IA generativa, após a apresentação da empresa.

"Baseando-nos em conversas recentes no setor, esperamos que o Blackwell seja o produto de mais rápida aceitação na história da Nvidia," ressaltaram os analistas da Goldman Sachs, enfatizando o papel significativo da Nvidia na democratização da IA em diversos segmentos do mercado.

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