Inteligência Artificial

O gigante entra em cena: portfólio de IAs do Google termina 2024 turbinado

Após tropeços iniciais, empresa lança Gemini 2.0, Veo 2 e novos agentes de IA em uma ofensiva robusta para recuperar a liderança no setor

Sundar Pichai: CEO do Google (Justin Sullivan/Getty Images)

Sundar Pichai: CEO do Google (Justin Sullivan/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 18 de dezembro de 2024 às 11h55.

Mesmo com uma das maiores bases de dados da internet, um orçamento de US$ 45 bilhões anuais em pesquisa e desenvolvimento e acesso aos melhores engenheiros do mundo, o Google demorou a marcar presença na corrida global pela inteligência artificial (IA).

Quem vai vencer a corrida pela melhor IA?

O lançamento inicial do Gemini, em dezembro de 2023, foi recebido com críticas e expôs a dificuldade da empresa em rivalizar com a ascensão acelerada da OpenAI e de outros concorrentes. No entanto, 2024 trouxe uma virada significativa. Com o lançamento do Gemini 2.0 e uma série de ferramentas inovadoras, o Google finalmente consolidou sua posição como um dos protagonistas desse mercado.

Em 11 de dezembro de 2024, o Google apresentou o Gemini 2.0, a segunda geração de seu modelo de IA generativa, com suporte multimodal para imagens, vídeos e áudio. A nova versão, conhecida como Gemini 2.0 Flash, mostrou desempenho aprimorado e se destacou na execução rápida de tarefas complexas, consolidando sua presença entre desenvolvedores.

O novo modelo rapidamente se tornou um favorito entre desenvolvedores, que somada a base que tinha com a versão anterior, já capturou 50% do mercado de chatbots, com impressionantes 157 milhões de solicitações nos últimos meses. O Google, que inicialmente “assistiu a revolução de IA no canto”, agora está firme na disputa até com o Llama, da Meta, dominando o open-source, e com soluções emergentes de empresas como Perplexity e Anthropic.

Novas ferramentas e agentes de IA

Nos últimos três meses, o Google intensificou sua estratégia com lançamentos semanais. Confira as principais inovações:

  • Veo 2 (junho de 2024): O modelo avançado de texto-para-vídeo se destaca pela criação de vídeos em resolução 4K, com realismo visual aprimorado e efeitos cinematográficos, colocando o Google à frente de concorrentes como o Sora, da OpenAI.
  • NotebookLM (abril de 2024): Ferramenta que transforma livros extensos em resumos e podcasts de 5 minutos, além de responder perguntas complexas em formato de chat. Uma versão corporativa, o NotebookLM Plus, também foi lançada para empresas.
  • Agentes de IA (setembro de 2024): Com soluções como o Jarvis, para controle de PCs, o Mariner, que navega na web de forma autônoma, e o Astra, que interage com o mundo real por meio de smartphones e óculos especiais, o Google avança em direção a agentes totalmente automatizados. O Jules, por sua vez, auxilia desenvolvedores com integração ao GitHub.
  • Willow (novembro de 2024): O supercomputador quântico que, em 5 minutos, resolveu cálculos que levariam 10 septilhões de anos para computadores tradicionais. Embora ainda em fase beta, a solução demonstra o potencial do Google na computação quântica.
  • GenCast (outubro de 2024): Modelo de previsão do tempo com precisão de 99,8% em previsões superiores a 36 horas, tornando-se a solução mais avançada da categoria.

Estratégia consolidada e impacto no mercado

Esse esforço diversificado fez as ações da Alphabet, controladora do Google, subirem 14% em 2024, um reflexo da confiança do mercado na nova abordagem da empresa.

Ao integrar a IA em produtos-chave e apostar em soluções práticas e autônomas, o Google mostra que sua estrutura colossal, com mais de 180 mil funcionários, não impede a inovação.

Apesar dos avanços, o Google ainda enfrenta o desafio de manter o foco em meio a tantas frentes tecnológicas.

A entrada na era dos agentes de IA, com ferramentas que interagem diretamente com o mundo real, é promissora, mas também exige atenção para evitar dispersões estratégicas.

Ainda assim, o impacto do Gemini 2.0 Flash e do novo portfólio deixa claro que o gigante da tecnologia não apenas entrou na corrida da IA, mas está determinado a liderá-la.

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