Inteligência Artificial

Mirou em China, acertou nas big techs: política de Biden já afeta ações de Nvidia, AMD e Intel

Uma nova atualização nas normas de exportação que deveria frear Pequim, afetou as grandes fabricantes de chips de inteligência artificial

Joe Biden: presidente dos Estados Unidos (AFP/AFP Photo)

Joe Biden: presidente dos Estados Unidos (AFP/AFP Photo)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 17 de outubro de 2023 às 14h01.

Última atualização em 17 de outubro de 2023 às 16h12.

Em um novo desdobramento nas relações comerciais entre EUA e China, anunciado nesta terça-feira, 17, o Departamento de Comércio dos EUA aprofundou as restrições à exportação de chips de inteligência artificial avançados.

Esta medida é uma ampliação dos controles de exportação introduzidos em outubro de 2022 e visa atualizar a regra para os avanços tecnológicos e dificultar a atuação das empresas ao contornar tais limitações.

A secretária de Comércio americano, Gina Raimondo, destacou publicamente a intenção de frear o acesso chinês a semicondutores avançados, que são vitais para as operações militares chinesas, especialmente no domínio da inteligência artificial e computação avançada.

Essa decisão precede uma possível reunião entre Joe Biden e Xi Jinping, caso o líder chinês participe do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico no Vale do Silício, em São Francisco.

Em contrapartida, autoridades norte-americanas em visitas recentes a Pequim enfatizaram o desejo de maior engajamento, porém mantendo a postura de defesa de sua segurança nacional.

O efeito da guerra dos chips

Mas as rusgas comerciais já afetam as principais gigantes do setor. Unidades de processamento gráfico produzidas por Nvidia, AMD e Intel tornaram-se componentes cruciais para treinamento de grandes modelos de IA, resultando em uma demanda crescente por chips de última geração.

As ações da Nvidia, que já havia afirmado que até 25% de suas receitas de chips para data centers vêm da China, caíram cerca de 6% no início do pregão em Nova York, após o anúncio das regras atualizadas. AMD e Intel caíram cerca de 3%.

Contornando as medidas

Sob a regra de 2022, os EUA proibiram as exportações de chips que excediam dois limites: um para potência e outro para a velocidade com que os chips se comunicam entre si.

O departamento de comércio está substituindo este último por uma medida de "densidade de performance" explicitamente projetada para impedir que as empresas encontrem forma de contornar a norma com novos designs.

Os controles de exportação revistos proibirão a venda para grupos chineses de chips de centros de dados que são capazes de operar a velocidades de 300 teraflops — o que significa que eles podem calcular 300 trilhões de operações por segundo — e acima.

Vendas de chips com velocidades de 150 a 300 teraflops serão proibidas se tiverem uma densidade de performance de 370 gigaflops (bilhões de cálculos) por milímetro quadrado ou mais.

Chips que operam nessas velocidades, mas com menor densidade de performance, entram em uma "zona cinzenta", o que significa que as empresas devem notificar o governo sobre vendas para a China.

Acompanhe tudo sobre:Inteligência artificialNvidiaChips

Mais de Inteligência Artificial

IA generativa recorre a livros para crescer

Amazon investe mais US$ 4 bilhões na startup de IA Anthropic

Amado pelos designers, CEO do Figma acredita que futuro dos produtos digitais passa pela IA

Google DeepMind é um sucesso e uma tragédia ao mesmo tempo, diz executiva da empresa