Redator da Faculdade Exame
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 05h00.
O mundo corporativo está em tempo de mudanças profundas.
O vaivém entre trabalho remoto e híbrido nas grandes empresas, além da mudança de expectativa dos funcionários com a chegada da Geração Z no mercado são dois dos principais pontos de inflexão.
O impacto?
Nunca foi tão difícil para grandes empresas recrutarem e reterem talentos, pois, para as novas gerações, dinheiro não é tudo.
Acima de tudo, no entanto, vemos o crescimento vertiginoso da inteligência artificial, que deixou de ser um conceito futurista e virou uma ferramenta crítica para a manutenção de competitividade.
Uma pesquisa da Workday revela que metade dos CEOs acha que suas organizações não estão preparadas para receber a inteligência artificial, o que é tanto um gargalo quanto uma oportunidade.
Um relatório feito pela Microsoft em parceria com o LinkedIn mostra que a maioria dos funcionários já utiliza IA de alguma forma no trabalho – 78% dos que fazem uso da tecnologia pagam pelas ferramentas com o próprio dinheiro, sem qualquer auxílio da empresa.
45% dos executivos entrevistados, contudo, não investem em ferramentas de IA para seus próprios funcionários – e eles estão ficando para trás.
Lideranças que capitalizam sobre essa necessidade, apoiando seus funcionários a se especializarem e aproveitarem essas ferramentas estão observando impactos positivos tanto no recrutamento, quanto na retenção de colaboradores.
Julian Hayes II, mentor de executivos e colunista na Forbes, aponta duas áreas onde a inteligência artificial pode contribuir positivamente com a seleção e retenção de profissionais. As informações foram retiradas de sua coluna semanal na Forbes.
Um relatório da McKinsey estima que ferramentas de IA generativa devem aumentar a produtividade de funcionários de todas as áreas em 0,6% até 2040, o que deve gerar algo entre US$ 2.6 e US$ 4.4 trilhões anualmente.
Outra pesquisa aponta que, para funcionários especializados, a produtividade dispara em 40% em comparação com profissionais que não fazem uso da tecnologia.
“Mas, de nada adianta implementar IA sem antes estabelecer uma cultura pró-inteligência artificial na empresa,” escreve Hayes.
O mesmo relatório da Microsoft, em parceria com o LinkedIn, mostra que 52% dos funcionários que utilizam IA não gostam de admitir que usam a inteligência artificial. Mais da metade deles acha que adotar a tecnologia os faz parecer substituíveis.
Outra revelação foi que 68% das pessoas se sentem sobrecarregada com seu respectivo volume de trabalho; outras 46% sentem burnout.
Devido a suas já conhecidas capacidades de automação, a IA pode ajudar a amenizar essa carga de trabalho, permitindo que os funcionários foquem em tarefas estratégicas.
“Adotar a IA aumenta a satisfação dos funcionários ao passo que cria uma cultura de eficiência e inovação que apoia os colaboradores, ao invés de ameaça-los,” explica.
Conforme Millenials e Gen Z vão dominando o mercado de trabalho, suas prioridades atualizadas estão forçando empresas a mudarem. Reuniões de mentoria e trabalho com propósito são dois dos principais pedidos dos jovens colaboradores.
50% das habilidades do mercado de trabalho devem mudar até 2030 – com a popularização da IA generativa, esse número deve aumentar para 68%.
“Ainda que muitos tenham medo de serem substituídos pela IA, há amplo interesse em aprender como integrar a tecnologia em seu dia a dia,” conta Hayes. “É fundamental que CEOs desenvolvam uma clara filosofia de adoção à inteligência artificial.”
Um outro estudo, também da Microsoft, aponta que 54% dos funcionários recém-formados dão prioridade a empresas com IA integrada na operação diária.
Por outro lado, apenas 25% das organizações procuradas planejam oferecer treinamento de inteligência artificial para seus colaboradores – o que, para Hayes, é "um grande erro.”
Ele explica que soluções de IA beneficiam o desenvolvimento dos funcionários, pois são capazes de analisar dados de performance e recomendar programas ou iniciativas personalizadas de treinamento.
“O funcionário conquista as ferramentas que precisa para subir na carreira, e, em troca, a empresa recebe um profissional muito mais qualificado e leal, pois ele não deixará um lugar onde se sente valorizado,” finaliza.
É fato que a adoção de IA não é livre de desafios, mas os benefícios são maiores do que os obstáculos.
Tendo isso em vista, a EXAME + Saint Paul oferecem o Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas, um curso voltado para executivos que querem dominar as ferramentas mais modernas do mercado e solidificar seus legados com projetos de impacto à prova de futuro.
Ministrado por especialistas renomados, o curso promove possibilidades de networking direto com outros executivos de grandes empresas, como Amazon, Bradesco e JBS.
São quatro encontros presenciais de um dia e meio cada um, com aulas e momentos destinados a sessões de mentoria ou aplicação de projetos, onde o líder pode resolver problemas reais de suas empresas dentro da sala de aula. Além de abordar os fundamentos da IA, o curso explora como essas ferramentas podem ser aplicadas em áreas como análise de mercado, inovação e gestão de riscos.
Para CEOs, esse tipo de preparação é fundamental para maximizar os benefícios da IA sem cair nas armadilhas de expectativas irreais, além de oferecer técnicas para reduzir a resistência dos colaboradores.