Repórter
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 16h23.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 16h25.
A Meta está investindo em robôs humanoides movidos a inteligência artificial como sua próxima grande aposta tecnológica. A empresa formou uma nova equipe dentro da divisão Reality Labs, responsável por seus produtos de hardware, para trabalhar na área. Segundo fontes próximas ao projeto, a Meta pretende desenvolver tecnologias para robôs que possam realizar tarefas domésticas e serem comercializados por diferentes fabricantes.
O objetivo inicial da empresa não é lançar um robô próprio, mas sim criar a base de IA, sensores e software que permitirá que outras empresas fabriquem e vendam essas máquinas. A companhia já iniciou conversas com empresas do setor, como Unitree Robotics e Figure AI Inc..
A Meta confirmou internamente a criação da nova equipe na sexta-feira (9). O projeto será liderado por Marc Whitten, ex-CEO da Cruise, divisão de carros autônomos da General Motors. Whitten, que também passou pela Unity Software e Amazon, responderá diretamente a Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da Meta.
Bosworth destacou em um comunicado interno que os avanços da Meta em rastreamento de mãos, sensores de baixa latência e computação eficiente são complementares ao desenvolvimento de robôs humanoides. A companhia planeja contratar cerca de 100 engenheiros ainda em 2024 para acelerar a iniciativa.
A Meta busca ocupar um papel semelhante ao do Android, do Google, ou dos chips da Qualcomm no mercado de smartphones. A empresa pretende oferecer a infraestrutura de software e hardware necessária para que outras empresas desenvolvam e comercializem robôs humanoides.
Atualmente, humanoides enfrentam desafios técnicos para executar tarefas básicas, como dobrar roupas ou transportar copos de água. A Meta acredita que seus avanços em IA e realidade aumentada podem tornar essas máquinas mais viáveis para o dia a dia doméstico.
Empresas como Tesla, com o robô Optimus, e Boston Dynamics, que atua em automação industrial, também estão investindo na área. No entanto, enquanto alguns players focam em aplicações industriais, a Meta quer levar a tecnologia para dentro de casa.
A Meta enfrenta desafios na construção de um ecossistema seguro para robôs humanoides. Questões como segurança do usuário, consumo de energia e falhas operacionais precisarão ser resolvidas antes da comercialização em larga escala.
O grupo de pesquisa em inteligência artificial da Meta, o FAIR (Fundamental AI Research Group), já vem estudando robótica há meses e publicando pesquisas na área. A Apple também iniciou publicações científicas relacionadas ao tema recentemente.
Apesar do avanço da tecnologia, fontes ligadas ao projeto afirmam que ainda levará alguns anos para que robôs humanoides se tornem amplamente acessíveis. No entanto, a Meta vê o setor como um foco estratégico para seu futuro.