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Publicado em 24 de novembro de 2025 às 14h40.
Maior fabricante de computadores do mundo, a Lenovo adotou como estratégica manter estoques de chips e componentes críticos cerca de 50% acima do normal para enfrentar a pressão causada pelo boom da inteligência artificial. Em entrevista à Bloomberg TV, o CFO Winston Cheng afirmou que a abordagem busca proteger a operação diante da escassez global e garantir vantagem competitiva sobre rivais menos preparados.
Com o aumento da construção de data centers voltados à IA, componentes como chips de memória vêm sofrendo alta recorde nos preços. Nesse contexto, Cheng destacou que a Lenovo tem contratos de longo prazo e escala suficiente para manter sua posição no mercado.
O executivo afirmou ainda que, ao menos no curto prazo, a empresa pretende evitar o repasse dos custos para o consumidor final. A meta é sustentar o ritmo atual de crescimento nas vendas. Para 2026, no entanto, o plano é atingir equilíbrio entre preço e disponibilidade.
Na semana passada, a Lenovo informou já possuir chips de memória suficientes para atender toda a demanda de 2026, o que deve ajudar a companhia a lidar melhor com a escassez do que seus concorrentes.
A estratégia adotada pela Lenovo surge em um momento de alerta para a indústria de tecnologia. No início de novembro, a fabricante chinesa de chips SMIC (Semiconductor Manufacturing International Corp.) advertiu que a escassez de memória pode impactar a produção de carros e eletrônicos já a partir de 2026.
Líder no mercado de chips de memória, a Samsung elevou em até 60% os preços de modelos DDR5 entre setembro e novembro, pressionada pela crescente demanda por componentes de alto desempenho para infraestrutura de IA.
Também impactada pelo cenário, a Xiaomi anunciou que espera um aumento nos preços dos smartphones no próximo ano, em função do desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de componentes.