Inteligência Artificial

Inteligência artificial em nome da fé: tecnologia vira ferramenta de preservação do Vaticano

Parceria entre Igreja Católica e Microsoft aproveita tecnologias avançadas para conservação e visitação virtual do patrimônio cultural

 Estátua de São Pedro: na Praça de São Pedro, no Vaticano (Getty Images)

Estátua de São Pedro: na Praça de São Pedro, no Vaticano (Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 15h03.

Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 15h04.

A colaboração entre o Vaticano e a Microsoft está introduzindo um uso pioneiro da inteligência artificial (IA) na preservação cultural, com um projeto dedicado à proteção digital da Basílica de São Pedro.

Utilizando técnicas de fotogrametria e IA, a iniciativa captura com alta precisão os detalhes arquitetônicos e artísticos do local, assegurando que gerações futuras possam acessá-los em formato digital. Esse esforço de conservação não apenas preserva o patrimônio, mas também amplia sua acessibilidade para visitantes ao redor do mundo.

Com a criação de um “gêmeo digital” da basílica, a parceria entre o Vaticano e a Microsoft permite que visitantes explorem a igreja remotamente, criando uma experiência detalhada que se assemelha a uma visita física.

O uso de IA vai além da digitalização: a tecnologia auxilia também na gestão dos fluxos de visitantes e no monitoramento de conservação, otimizando a experiência e a integridade do espaço.

Recursos de IA na Basílica de São Pedro

  • Gestão do fluxo de visitantes: A IA auxilia no controle do fluxo de pessoas, melhorando a experiência tanto para os visitantes físicos quanto para aqueles em tours virtuais. Esse recurso é especialmente relevante devido ao elevado número de pessoas que frequentam a basílica, o que exige uma administração eficaz dos espaços.
  • Monitoramento de conservação: A tecnologia identifica sinais de desgaste e analisa as condições ambientais, permitindo intervenções antes que danos comprometam a estrutura. Este monitoramento proativo garante que eventuais problemas sejam detectados e tratados precocemente, protegendo a integridade do monumento.
  • Replicação digital: Com um modelo digital fiel, a Basílica de São Pedro pode ser visitada virtualmente, oferecendo uma experiência imersiva para quem não pode estar presencialmente no local. Esse “gêmeo digital” possibilita que a grandiosidade e os detalhes do local sejam apreciados por públicos distantes.

Compromisso ético do Vaticano com a IA

Além de suas aplicações na preservação cultural, o Vaticano tem expandido sua influência no campo da ética em IA. Em 2020, foi lançado o Rome Call for AI Ethics, documento que enfatiza a responsabilidade ética no desenvolvimento tecnológico.

Este compromisso, que conta com o apoio de empresas como Microsoft, IBM e Cisco, destaca princípios como transparência, inclusão e privacidade.

A iniciativa é acompanhada pelo recrutamento de especialistas em IA, incluindo o Frei Paolo Benanti, que aconselham o Vaticano sobre os aspectos técnicos e éticos da IA. Com essa abordagem multifacetada, o Vaticano busca garantir que o avanço tecnológico respeite a dignidade humana, servindo como referência moral no setor.

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