Inteligência Artificial

IBM fecha contrato de US$ 70 mi com governo britânico e volta ao mercado de reconhecimento facial

Retomada acontece depois que a empresa, em 2020, manifestou preocupação com a tecnologia infringir os direitos humanos

IBM: empresa de tecnologia ofecerá plataforma para autoridades imigratórias e policiais (Sergio Perez/Reuters)

IBM: empresa de tecnologia ofecerá plataforma para autoridades imigratórias e policiais (Sergio Perez/Reuters)

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 31 de agosto de 2023 às 13h22.

Última atualização em 31 de agosto de 2023 às 13h41.

A gigante da tecnologia IBM acaba de anunciar uma parceria com o governo britânico para o desenvolvimento de uma plataforma nacional biometria facial.

Com o novo acordo, a gigante de tecnologia volta ao mercado de reconhecimento facial quase três anos após anunciar que não iria mais desenvolver tecnologias na área - e com um contrato de US$ 69,8 milhões em mãos.

Segundo o portal de notícias The Verge, que revisou documentos do projeto em conjunto com o grupo de jornalismo investigativo britânico Liberty Investigates, a função de reconhecimento facial seria usada por autoridades de imigração e para a "aplicação da lei".

Como será o sistema de reconhecimento facial

Ainda de acordo com o documento, a plataforma permitirá a comparação de fotos de indivíduos com imagens em bancos de dados, um sistema conhecido como "one-to-many" ("um para muitos", em português).

Isso significa que um rosto é comparado com milhares de fotos ao mesmo tempo, o que, de acordo com especialistas da área, aumenta o risco de discriminação racial ou outras violações de direitos humanos.

Em 2020, durante os protestos nos EUA após a morte de George Floyd, a IBM chegou a descrever a tecnologia como nociva. Mas o porta-voz da IBM, Imtiaz Mufti, garante  ao The Verge que a nova plataforma feita para o governo britânico não será usada para vigilância em massa.

“A plataforma apoia os serviços policiais e de imigração na identificação de suspeitos através de uma base de dados de impressões digitais e fotografias. Ela não é capaz de coletar vídeo, o que é mais comumente usado para vigilância em massa", explicou.

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