No final de junho, o banco já havia lançado o GS AI Assistant, uma espécie de ChatGPT interno para aumentar a produtividade dos funcionários (Brendan McDermid/Reuters)
Repórter
Publicado em 11 de julho de 2025 às 13h10.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 14h35.
Devin é o mais novo “funcionário” do Goldman Sachs, que passa a integrar o time de 12 mil programadores do banco. A diferença — que justifica as aspas — é que ele não é humano, mas um engenheiro de software autônomo criado pela startup de inteligência artificial Cognition. Apresentado no ano passado, o Devin ficou conhecido como o primeiro engenheiro de IA totalmente autônomo do mundo.
Ele vai além de tarefas básicas como escrever e-mails ou resumir documentos: é capaz de desenvolver aplicativos completos com mínima intervenção humana. Em entrevista à CNBC, Marco Argenti, chefe de tecnologia do Goldman Sachs, disse que a ideia é usar a IA para complementar o trabalho humano: o plano inicial prevê centenas de Devins em operação, com potencial de chegar a milhares. Em outras empresas, como Google, Microsoft e Salesforce, estima-se que IA já gere entre 30% e 50% do código de projetos. No Goldman, o objetivo é elevar a produtividade dos desenvolvedores em até quatro vezes.
O banco americano também lançou o GS AI Assistant, um chatbot interno inspirado no ChatGPT, usado por cerca de 10 mil funcionários para tarefas administrativas e técnicas.
Argenti defende uma “força de trabalho híbrida”, em que profissionais supervisionam os resultados gerados pela IA. Mesmo assim, há preocupações sobre empregos: projeções indicam que a automação pode cortar até 200 mil vagas no setor financeiro nos próximos anos.
No Brasil, o Nubank foi um dos primeiros grandes clientes do Devin e gerou polêmica ao divulgar resultados. O banco contratou a IA para migrar sua estrutura de dados de um modelo ETL para sub-módulos, conseguindo ganhos expressivos.
Segundo o site da Cognition, a solução reduziu custos em até 20 vezes e acelerou a entrega dos projetos em até 12 vezes.
Em depoimento publicado pela Cognition, Victor Olivier, executivo do Nubank, descreveu a ferramenta como “divisor de águas”, com aumento de oito vezes na eficiência para migrações e refatorações envolvendo milhões de linhas de código. “Com o Devin, podemos nos mover ainda mais rápido, entregando resultados em meses em vez de anos”, afirmou.