Inteligência Artificial

IA pode usar mais energia do que toda a Índia até 2030, afirma CEO da Arm

Segundo Rene Haas, trata-se de uma situação insustentável e que exige melhorias na eficiência energética

Publicado em 18 de abril de 2024 às 07h24.

Última atualização em 18 de abril de 2024 às 10h44.

De acordo com o CEO da empresa de tecnologia Arm Holdings, Rene Haas, a demanda da inteligência artificial por computadores potentes está ameaçando sobrecarregar as fontes de energia. Assim, será necessário mudar a abordagem da indústria para com a tecnologia, afirma, para sustentar esses modelos.

Segundo Haas, se as coisas continuarem como estão os data centers do mundo usarão mais eletricidade do que a Índia até 2030. Em se tratando da nação mais populosa do mundo, percebe-se que estamos falando de uma energia exorbitante.

Conforme declarou o executivo em uma entrevista, as inteligências artificiais ainda precisam de muito treinamento para se tornarem melhores e mais eficientes, e isso envolve bombardear seus softwares com dados. Consequentemente, grandes quantidades de eletricidade serão usadas para esse fim.

Não é novidade que IAs gastam muita energia. Um estudo de novembro de 2022, por exemplo, estima que o treinamento de um modelo de linguagem grande consome pouco menos de 1,3 mil megawatts-hora, equivalente ao consumo anual de aproximadamente 130 residências nos Estados Unidos ou mais de 1,6 milhão de horas assistidas na Netflix.

Sabe-se ainda, por exemplo, que, se cada busca do Google fosse alimentada por inteligência artificial, seria necessária a mesma energia consumida pela Irlanda anualmente. A informação é de Alex de Vries, fundador da Digiconomist, que escreveu em uma edição do periódico Joule.

Assim, conforme declarou Haas ao Wall Street Journal, sem melhorias significativas na eficiência, os centros de dados de inteligência artificial podem consumir até 25% das necessidades de energia dos Estados Unidos até o fim da década. Hoje, a estimativa é de cerca de 4%.

De acordo com o executivo, trata-se de um cenário "dificilmente muito sustentável". Para Rene Haas, a situação traz sinais de que a humanidade deve se preparar para ter grandes aprimoramentos na eficiência energética ou para ter uma maior regulação governamental para conter o gasto excessivo de energia.

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