Inteligência Artificial

IA e demanda por data centers acrescentam US$ 170 bilhões em valor a gigantes europeias

Schneider Electric, Siemens, Legrand cresceram significativamente desde o lançamento do ChatGPT, em 2022

Publicado em 28 de maio de 2025 às 15h45.

Impulsionadas pelo avanço da inteligência artificial e a consequente demanda por data centers, quatro tradicionais grupos industriais europeus — Schneider Electric, Siemens, Legrand e ABB — viram seu valor de mercado crescer cerca de US$ 170 bilhões desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022.

Essas empresas ainda atuam com eletrificação residencial e industrial e possuem patamar de investimento diferente de gigantes norte-americanas, como Microsoft ou Meta, mas já contam com os data centers como fonte de receita que mais cresce. Esse crescimento tem como base a demanda por capacidade computacional para IA, jogos, computação em nuvem e streaming.

Fabricantes de equipamentos elétricos, que produzem desde interruptores até medidores inteligentes, esses grupos fornecem a infraestrutura essencial para os data centers que suportam a parte mais vistosa da tecnologia, como a IA.

No entanto, essa fonte de receita crescente também trouxe volatilidade. Em 2024, as ações dessas empresas oscilaram, afetadas por eventos como o lançamento da IA chinesa DeepSeek. Investidores também se preocupam com limitações no fornecimento de energia e infraestrutura de redes.

Apesar das incertezas, Franck Lemery, CFO da Legrand, mantém otimismo sobre a demanda crescente por processamento de dados, projetando que os investimentos na área devem ultrapassar US$ 1 trilhão em 2028, ante US$ 600 bilhões previstos para este ano.

História centenária renovada para o século XXI

Desde a aquisição da americana APC em 2006, a francesa Schneider Electric consolidou sua liderança no fornecimento de equipamentos para data centers, que representaram 24% dos seus pedidos em 2024. A empresa oferece soluções completas, incluindo softwares de monitoramento, racks para servidores e sistemas avançados de refrigeração, atendendo clientes exigentes como a Nvidia.

A conterrânea Legrand, fundada no século XIX, dobrou sua receita com data centers nos últimos anos e projeta crescimento contínuo, apesar de seu CEO, Benoît Coquart, ter reconhecido potenciais impactos negativos de até 60% devido às tarifas de Trump a produtos chineses. Boa parte das novas taxas foi temporariamente suspensa, mas a incerteza continua e, mesmo com algum acordo, restrições tecnológicas devem permanecer em vigor.

Embora menor nesse mercado, a alemã Siemens cresceu mais de 60% desde o final de 2022 e mantém foco na expansão da infraestrutura para data centers, responsáveis por cerca de US$ 1,47 bilhão do faturamento no primeiro semestre do ano fiscal.

Além delas, a sueco-suíça ABB investe em tecnologias energéticas mais sustentáveis para o segmento, uma preocupação que tem motivado e impulsionado, inclusive, o interesse de big techs em energia nuclear para alimentar a IA.

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