UnB: nova ferramenta pode economizar milhões em energia elétrica para universidades brasileiras (UNB/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 5 de junho de 2025 às 10h16.
A Universidade de Brasília (UnB) anunciou na quarta-feira, 4, que está desenvolvendo uma ferramenta capaz de identificar a possibilidade de economia de energia elétrica. Ainda em fase de projeto piloto, a plataforma já identificou um potencial de economia superior a R$ 3 milhões por ano em 20 universidades.
Batizada de Monitoramento de Energia em Plataforma Aberta (MEPA) e desenvolvida pelo Lab Livre da UnB, a inteligência artificial analisa contas de luz e recomenda o contrato mais vantajoso, segundo as regras da Agência Nacional de Energia Elétrica. Em algumas instituições, destaca a UnB, a economia chega a 52,8% das despesas com eletricidade.
"O estudo mostra que, com ajustes simples nos contratos, é possível liberar verbas importantes para as universidades. É um ganho duplo: econômico e estratégico", disse Loana Velasco, coordenadora da pesquisa.
O sistema também pode ser usado em outros setores da administração pública e em empresas privadas. A universidade afirma que o programa avaliou as contas de uma universidade do Sudeste e chegou a possibilidade de economia de R$ 1,05 milhão. No Centro-Oeste, a possível redução nos gastos de uma universidade foi calculada em R$ 376,3 mil anuais.
Segundo a UnB, uma das instituições beneficiadas pelo projeto foi a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). "Antes feito de forma pontual e com metodologias distintas, o acompanhamento passou a ser sistemático, com análises mensais baseadas em dados consolidados e alertas automáticos gerados pela plataforma", diz a UnB.
A divulgação da tecnologia acontece em um momento de aperto no orçamento das universidades. No final de maio de 2025, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou uma recomposição orçamentária para universidades federais. Em encontro com reitores no Palácio do Planalto, o ministro disse que o governo vai liberar R$ 300 milhões que estavam represados por uma limitação de gastos imposta pelo governo.
Um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que, de maio a novembro, todos os órgãos do governo só poderão gastar pouco mais de 60% por mês do que o previsto no começo do ano para despesas não obrigatórias, o que não afeta os salários. Agora, contudo, universidades e institutos federais não precisarão mais cumprir essa regra. Os R$ 300 milhões anunciados são referentes aos valores represados.