Inteligência Artificial

Há desafios, mas CEO revela três pilares para adotar IA nos negócios

Indo além do ChatGPT: soluções completas de inteligência artificial podem impulsionar o faturamento de empresas devido ao aumento de produtividade

Pedro Consoli
Pedro Consoli

Redator da Faculdade Exame

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 14h38.

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Em 2024, inteligência artificial foi o trending topic número 1 do mundo corporativo. Segundo dados do SemRush, site especializado em análise de tráfego na internet, 465 milhões de pessoas buscam pelo ChatGPT todos os meses.

Dezenas de relatórios e pesquisas indicavam que a inteligência artificial impulsionaria e redefiniria o mercado de trabalho – não à toa, tecnologias de IA generativa invadiram empresas de todos os setores. De acordo com a OpenAI, 92% das empresas da Fortune 500, as quinhentas maiores organizações dos Estados Unidos, fazem uso do ChatGPT, por exemplo.

Mas, conforme a tecnologia amadurece, diretores, executivos e profissionais de alta liderança procuram soluções mais completas, capazes de automações mais robustas que, de fato potencializem a produtividade e eficiência operacional de suas organizações.

Nesse caso, contudo, sua implementação pode ser mais desafiadora – e CEOs de todo o mundo estão mais cautelosos quanto a sua adoção.

Os desafios de IAs mais complexas

Diferentemente de IAs generativas – cujo custo gira em torno de R$ 150 por mês e ela já vem pronta para uso – soluções completas de inteligência artificial requerem um investimento considerável em tecnologia, infraestrutura e mão de obra especializada, que é escassa.

Segundo uma pesquisa da Gartner, provar que o retorno sobre o investimento (ROI) de um projeto deste porte compensa é o maior obstáculo para a adoção de soluções de IA, seguido pela falta de mão de obra capaz de implementar algo nesse nível e, também, pela falta de confiança na tecnologia propriamente dita. Além disso, há preocupações com a privacidade e segurança dos dados, que podem levar a dilemas jurídicos e danos reputacionais.

Dito isso, nenhum desses obstáculos é impossível de superar – muito pelo contrário.

Os três pilares para a implementação de IAs

Glenn Gow, ex-CEO da Crimson Consulting, consultoria especializada em tecnologia que atende grandes clientes como Microsoft e Cisco, recomenda uma adoção faseada da inteligência artificial, que passa por três pilares: implementação gradual, intenções claras e proteção de dados.

1. Implementação gradual: pense grande, mas comece pequeno

"Comece por projetos de alto impacto que solucionem problemas reais do negócio. Além de não comprometer o orçamento da empresa, assim é muito mais fácil de comprovar a rentabilidade ," escreveu ele, à Forbes. "Com o sucesso desses projetos menores, fica mais simples, também, de escalar a adoção da tecnologia."

A UPS, entregadora global de encomendas, por exemplo, construiu uma solução chamada ORION, destinada a otimizar as rotas de seus motoristas. Inicialmente, a ideia era só fazer com que os caminhões de entrega percorressem o menor caminho possível. O resultado parecia modesto, poupando, em média, 11 quilômetros por dia para cada motorista, mas, em um ano, levando em conta todos os motoristas, foram economizados 160 milhões de quilômetros.

Hoje, o ORION evoluiu para um sistema completo de GPS, que permite aos motoristas escolherem preferências de rota e serviços, incluindo paradas para refeições, de forma otimizada. No total, a inteligência artificial poupa algo entre US$ 300 e 400 milhões anualmente da UPS. As informações foram retiradas de uma matéria da Forbes.

2. Intenções claras

Para Glenn, o pilar mais importante é esse: conectar as soluções de inteligência artificial com os objetivos do seu negócio.

  • Identifique casos de uso específicos nos quais a IA pode causar um impacto imediato;
  • Estabeleça prazos e orçamentos realistas;
  • Determine o que são consideradas vitórias em curto prazo;
  • Desenvolva objetivos de médio prazo e um cenário ideal de longo prazo;
  • Encontre iniciativas de alto impacto, mas de pouco esforço, como implantar um chatbot, por exemplo.

"Ao planejar a implementação de IA estrategicamente, é possível priorizar os investimentos em tecnologia e medir o sucesso das iniciativas com maior eficiência," aponta Glenn. "Desse jeito, fica muito mais fácil de justificar os gastos em projetos desse escopo."

3. Segurança da informação

Aborde proativamente questões de segurança de dados, implementando medidas robustas de governança e conformidade regulatória. Considere nomear um responsável por ética em IA ou criar um conselho de ética para supervisionar projetos, reforçando o compromisso com o uso responsável da tecnologia.

"Iniciativas como essas não só ajudam a aliviar preocupações, como também reforçam a confiança de stakeholders, clientes e funcionários quanto à adoção de inteligência artificial na empresa," complementa Glenn.

Os benefícios de implementar IA antes da concorrência

À longo prazo, empresas que abraçam a inteligência artificial ganham uma grande vantagem competitiva. Benefícios incluem o aumento da eficiência operacional, corte de gastos e a possibilidade de entregar uma experiência personalizada que fideliza clientes e traz mais dinheiro para o caixa da companhia.

O iFood, por exemplo, aumentou seu EBITDA em 30% com a inteligência artificial.

Por meio da plataforma Toqan – que pode ser personalizada com base nas necessidades do seu negócio –, os funcionários da empresa têm total liberdade para criar soluções de inteligência artificial. Eles só precisam de um problema, uma hipótese, dados e noções básicas de como fazer prompts.

O resultado? Segundo Marcos Gurgel, Chief Evangelist Officer da empresa, o iFood conta com pelo menos 192 soluções de IA proprietárias e inteiramente criadas por funcionários.

Com isso, por exemplo, um único profissional do departamento de marketing consegue comandar 37 campanhas simultâneas – ritmo impossível de ser alcançado por um competidor que não investiu em inteligência artificial.

Tendo isso em vista, a EXAME + Saint Paul oferecem o Programa de Inteligência Artificial para C-Levels, CEOs, Conselheiros e Acionistas, o único programa de IA focado em C-Levels e executivos do Brasil.

Ministrado por especialistas renomados, o curso promove possibilidades de networking direto com outros executivos de grandes empresas, como Amazon, Bradesco e JBS. São quatro encontros presenciais de um dia e meio cada um, com aulas e momentos destinados a sessões de mentoria ou aplicação de projetos, onde o líder pode resolver problemas reais de suas empresas dentro da sala de aula.

Além de abordar os fundamentos da IA, o curso explora como essas ferramentas podem ser aplicadas em áreas como análise de mercado, inovação e gestão de riscos. Para líderes interessados em solidificar seus legados com projetos inovadores, esse tipo de preparação é fundamental para maximizar os benefícios da IA sem cair nas armadilhas de expectativas irreais da tecnologia.

Conheça o High Impact Program de Inteligência Artificial da EXAME + Saint Paul e seja referência no mercado, dentro e fora de sua empresa.

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