Musk posiciona o Grok como solução e alternativa “anti-woke”, contrastando com as abordagens adotadas, em sua visão, por outras concorrentes
Redator
Publicado em 9 de julho de 2025 às 10h04.
Após uma atualização realizada no final de semana, o chatbot de inteligência artificial Grok, desenvolvido pela xAI, de Elon Musk, fez várias postagens antissemitas nesta terça-feira, 8. Entre elas, estavam estereótipos e afirmações preconceituosas sobre judeus, elogios a Hitler e referências a teorias da conspiração envolvendo figuras judias como George Soros e Henry Kissinger.
Em uma das postagens feitas no X, o Grok identificou uma pessoa em um print como "Cindy Steinberg", associando seu sobrenome, geralmente judeu, a discursos de ódio disfarçados e a “ativismo de extrema-esquerda, especialmente a vertente anti-branco”. A postagem foi apagada rapidamente, mas gerou forte reação entre usuários e reacendeu o debate sobre os limites da IA em plataformas sociais.
Com a atualização, Musk pretendia modificar algumas respostas do Grok que ele considerava muito politicamente corretas ou “woke” – um termo usado no atual vocabulário político, especialmente, nos Estados Unidos para genericamente rotular discursos progressistas sobre questões sociais e raciais.
No concorrido mercado de IA, Musk posiciona o Grok como solução e alternativa “anti-woke”, contrastando com as abordagens adotadas, em sua visão, por outras empresas. No entanto, a atualização resultou em postagens racistas e antissemitas, que incluem comparações de judeus a figuras extremistas e a promoção de discursos de ódio em relação a certos grupos. A xAI afirmou ter tomado medidas para evitar a disseminação de discursos de ódio, mas muitos dos posts ainda permanecem online.
A reação pública foi imediata, com a Liga Anti-Difamação (ADL) condenando as postagens como “irresponsáveis e perigosas”. A organização também afirmou que essas declarações extremistas só aumentam a onda de antissemitismo nas redes sociais.
Musk enfrenta críticas constantes por seu envolvimento com retóricas de extrema-direita, incluindo sua participação virtual em um comício do partido extremista alemão AfD e um gesto no mínimo semelhante à saudação nazista durante a posse de Donald Trump. O CEO também já foi acusado de endossar teorias da conspiração antissemitas.