Inteligência Artificial

Google desafia domínio da Nvidia em acordo de IA com a Meta

Alphabet tenta capturar parte do mercado dominado pela Nvidia com oferta de TPUs à Meta e outros gigantes da tecnologia

Google: controladora do site pode ameaçar Nvidia  (Ole Spata/Corbis/Latinstock/Reprodução)

Google: controladora do site pode ameaçar Nvidia (Ole Spata/Corbis/Latinstock/Reprodução)

Publicado em 25 de novembro de 2025 às 05h45.

A Nvidia (NVDA) pode ganhar uma ameaça de peso no mercado de chips. A Alphabet, dona do Google (GOOG), está em negociações para fornecer seus tensor processing units (TPUs, na sigla em inglês)à Meta (META), em um acordo que pode movimentar bilhões de dólares e redefinir a disputa por liderança em infraestrutura de inteligência artificial (IA).

A proposta envolve dois movimentos: o aluguel de capacidade na Google Cloud já em 2026 e a instalação física dos chips nos data centers da Meta a partir de 2027, segundo o site The Information. Atualmente, a Meta utiliza majoritariamente os GPUs da Nvidia para treinar e executar seus modelos de IA.

Às 5h39, no horário de Brasília, a Nvidia operava em queda de 2,01% no pré-mercado de Nova York, enquanto os papéis da Alphabet subiam 2,38%.

Google acelera na corrida dos chips

Os TPUs foram desenvolvidos para aplicações específicas em aprendizado de máquina e são integrados às soluções da Google, como o modelo Gemini. Ao contrário dos GPUs, que nasceram no setor de games, os TPUs são application-specific integrated circuits, o que permite maior eficiência energética e especialização.

A Alphabet também já havia firmado um acordo para fornecer até 1 milhão de chips à Anthropic. Analistas classificaram o negócio como uma importante validação da tecnologia e executivos do Google Cloud enxergam potencial para que a Alphabet capture até 10% da receita anual da Nvidia, segundo o Investing.

A ofensiva atual amplia a estratégia da empresa. Pela primeira vez, a Google pretende instalar seus chips em ambientes corporativos fora da própria nuvem.

Mercado bilionário em disputa

Segundo projeções da Bloomberg Intelligence, a Meta deve investir de US$ 40 bilhões a US$ 50 bilhões em capacidade de chips para inferência de IA em 2026, como parte de um capex total estimado em US$ 100 bilhões. Parte significativa desse montante pode migrar para os produtos da Alphabet, caso o acordo avance.

Os TPUs já são utilizados para prever desastres naturais, treinar grandes modelos de linguagem e executar aplicações sensíveis em tempo real. A combinação com os avanços do Gemini amplia a atratividade da oferta.

Com a crescente demanda global por computação em IA e a concentração da cadeia em poucos fornecedores, a entrada da Alphabet como alternativa marca uma nova fase na competição. A liderança da Nvidia, até agora incontestável, pode começar a ver suas primeiras rachaduras.

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