Inteligência Artificial

Gênios da IA: tudo sobre a 'Lista Secreta' que movimenta bilhões no Vale do Silício

Mark Zuckerberg lidera ofensiva bilionária para contratar superespecialistas em inteligência artificial, com salários de até US$ 100 milhões

Publicado em 30 de junho de 2025 às 09h57.

Uma lista confidencial de nomes está movimentando o mercado de tecnologia e se tornou o novo objeto de desejo entre os gigantes da inteligência artificial (IA). Conhecida como “The List” (“A Lista”), ela reúne os engenheiros e cientistas mais cobiçados do setor. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, está determinado a contratá-los, mesmo que isso envolva oferecer pacotes salariais de até US$ 100 milhões.

A ofensiva faz parte dos esforços do CEO para formar uma equipe de elite em seu novo laboratório de “superinteligência”. Desde o lançamento pouco expressivo do modelo Llama 4, da Meta, em abril, Zuckerberg tem intensificado a busca pelos melhores talentos da área, mergulhando pessoalmente em artigos técnicos, participando de grupos de mensagens com executivos e até fazendo convites diretos por WhatsApp e encontros em suas casas.

Entre os nomes já confirmados na equipe estão Lucas Beyer, Alexander Kolesnikov e Xiaohua Zhai; todos ex-funcionários da OpenAI e do Google DeepMind. “Sim, vamos nos juntar à Meta. Não, não recebemos US$ 100 milhões”, escreveu Beyer na rede X.

A estratégia do bilionário também inclui investimentos agressivos em infraestrutura. Só em 2025, a Meta pretende investir cerca de US$ 70 bilhões em IA. Ainda assim, os altos salários oferecidos aos pesquisadores são considerados uma fração dos custos com data centers, chips e computação de ponta da iniciativa.

Guerra por talentos

O mercado de IA está cada dia mais disputado, com pesquisadores renomados recebendo múltiplas propostas, sendo contratados em grupos e até negociando contrapartidas para permanecerem onde estão. Zuckerberg chegou a fazer ofertas para dezenas de profissionais da OpenAI, que respondeu com pacotes igualmente generosos.

Mas nem todos aceitam facilmente. Alguns candidatos têm receio da reputação da Meta na corrida por IA generativa. Após o lançamento do Llama 4, houve relatos de pesquisadores retirando o projeto de seus currículos no LinkedIn. Os fracassos anteriores da Meta, somados à competição feroz com rivais como OpenAI, Google e Anthropic, aumentam a hesitação de parte dos talentos mais disputados.

Enquanto isso, outros CEOs de big techs também apelam para conquistar talentos. Sam Altman, CEO da OpenAI, costuma receber candidatos em jantares ou partidas de pôquer em sua mansão. O bilionário Elon Musk também já organizou festas na antiga sede da OpenAI para atrair engenheiros para suas empresas.

Quem está na Lista

Os profissionais na mira dessas empresas têm perfis similares: Ph.D.s em universidades como MIT, Stanford, Carnegie Mellon e Berkeley, publicações com centenas de citações e experiência em áreas até pouco tempo atrás consideradas “sem futuro”, como reconhecimento de voz e percepção visual.

Yu Zhang, por exemplo, foi desencorajado a seguir carreira em processamento de fala no início da década passada. Mas o avanço do deep learning reverteu esse cenário. Hoje ele é um dos engenheiros mais valiosos da OpenAI, alvo direto da Meta.

Para cientistas como Alexei Efros, professor em Berkeley e orientador de nomes que hoje trabalham na OpenAI, DeepMind e Anthropic, a motivação dos jovens não é só financeira. “O objetivo é tentar resolver problemas interessantes, importantes e ainda sem solução”, afirmou ao Wall Street Journal.

Rede de contatos

No coração dessa disputa está um conhecimento raro acumulado por esses especialistas ao longo de anos: os relacionamentos. Muitos moraram juntos em casas compartilhadas em São Francisco, colaboraram em papers e seguem trocando informações de bastidor sobre avanços e estratégias.

Bill Peebles e Tim Brooks, por exemplo, agradeceram um ao outro em suas teses de doutorado e, mais tarde, lideraram o desenvolvimento do Sora, gerador de vídeo por texto da OpenAI lançado em 2024. Brooks seguiu para o DeepMind; Peebles recusou uma oferta da Meta e permanece na OpenAI.

Enquanto isso, Zuckerberg continua na sua missão de escalar uma equipe dos sonhos, um nome de cada vez.

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