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General Motors reinicia operações de táxis autônomos da Cruise em três cidades dos EUA

A subsidiária retoma testes com veículos autônomos e motoristas de segurança após incidente grave em São Francisco

Veículo autônomo da Cruise em San Francisco, Califórnia (EUA) 
 (Elijah Nouvelage/Reuters)

Veículo autônomo da Cruise em San Francisco, Califórnia (EUA) (Elijah Nouvelage/Reuters)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 23 de julho de 2024 às 09h29.

Última atualização em 23 de julho de 2024 às 09h30.

A General Motors (GM) anunciou nesta terça-feira, 23, que sua divisão de táxis autônomos, Cruise, reiniciou as operações em Dallas, Houston e Phoenix, usando versões autônomas do Chevrolet Bolt, carro elétrico da montadora.

A GM havia suspendido a maioria das operações da Cruise após um de seus veículos atropelar e arrastar um pedestre no ano passado em São Francisco, cidade na qual fica a sede da empresa e também onde há sua maior frota de táxis disponíveis. O incidente levou a Califórnia a revogar a licença da Cruise para operar veículos autônomos no estado.

A GM demitiu cerca de um quarto dos funcionários da Cruise e trouxe novos executivos para comandar a divisão.  A atualização da Cruise foi incluída no relatório de ganhos da GM referente ao período de três meses entre abril e junho. A montadora reportou lucros de US$ 2,9 bilhões, em comparação com US$ 2,6 bilhões no mesmo período do ano passado, impulsionados por fortes vendas de caminhonetes e SUVs a gasolina.

Obstáculos no caminho

A receita da empresa subiu para US$ 48 bilhões, em comparação com US$ 44,7 bilhões. A empresa também elevou sua previsão de ganhos para o ano inteiro. No entanto, a Cruise registrou uma perda de US$ 500 milhões, antes de considerar juros e impostos, uma melhora em relação aos US$ 600 milhões perdidos no mesmo período do ano anterior.

A GM adquiriu a Cruise, uma startup financiada por empresas de capital de risco, em 2016, e desde então investiu bilhões de dólares na divisão, com a esperança de que se tornasse um serviço de táxi autônomo disseminado que gerasse receita e lucros ao dominar com robôs um dos setores que mais empregam pessoas. No entanto, muitos analistas temem que isso não aconteça por muitos anos, se é que algum dia ocorrerá.

A Cruise enfrenta concorrência de outras empresas perseguindo o mesmo objetivo, incluindo Waymo, subsidiária da Alphabet, e Zoox, uma subsidiária da Amazon. A Tesla também afirmou que está trabalhando em um serviço de táxi autônomo, mas ainda não oferece passeios nem mesmo em fase de teste para clientes pagantes.

Sob nova direção

O incidente que desencadeou os problemas da Cruise ocorreu em outubro do ano passado, quando um pedestre em São Francisco foi atingido por outro veículo e lançado na frente de um veículo autônomo da Cruise, que não tinha motorista de segurança ao volante. O veículo da Cruise arrastou a mulher por cerca de 6 metros antes de parar.

Na época, a Cruise estava se preparando para uma rápida expansão e testava carros em Phoenix, Dallas, Houston, Miami e Austin, Texas. Em São Francisco, a Cruise operava uma frota de cerca de 400 carros e oferecia passeios de táxi autônomos durante o dia.

O órgão equivalente ao Detran, mas da Califórnia, revogou a licença da Cruise e acusou a empresa de omitir a cena de seu carro arrastando a mulher de um vídeo gravado pelo próprio carro. Alguns meses depois, em um relatório preparado por um escritório de advocacia externo, a Cruise reconheceu que seus executivos falharam em fornecer uma explicação completa do incidente aos reguladores estaduais. Nessa altura, a GM já havia demitido cerca de 900 funcionários da Cruise e o fundador e CEO da Cruise, Kyle Vogt, havia deixado a empresa.

No mês passado, a GM nomeou Marc W.Mhitten como o novo CEO da Cruise. Whitten, que anteriormente trabalhou na unidade Xbox da Microsoft e na Amazon, começou na Cruise há uma semana.

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