Demis Hassabis: executivo comanda hoje o Google DeepMind (Jack Taylor/SXSW London/Getty Images)
Redatora
Publicado em 19 de julho de 2025 às 06h01.
Demis Hassabis, fundador da DeepMind e hoje à frente do Google DeepMind, tornou-se um dos nomes mais influentes da gigante de tecnologia americana. Após anos tentando preservar a independência de seu laboratório de pesquisa em inteligência artificial, ele passou a comandar a principal frente de IA do Google, em uma trajetória que agora o coloca como possível sucessor do CEO Sundar Pichai.
A guinada aconteceu em 2023, quando o Google decidiu fundir a DeepMind com seu laboratório interno de IA. A decisão veio na esteira do sucesso do ChatGPT, da OpenAI. Desde então, Hassabis passou a liderar uma equipe de mais de 6 mil pessoas, à frente dos principais lançamentos da companhia, ao mesmo tempo em que enfrenta disputas políticas internas e desafios de integração tecnológica.
Ex-prodígio do xadrez e ganhador do Nobel de Química em 2024 pelo trabalho com o projeto AlphaFold, Hassabis hoje equilibra sua vocação científica com as demandas corporativas. Segundo o Business Insider, o executivo é descrito como brilhante e carismático, capaz de inspirar equipes e, ao mesmo tempo, mergulhar profundamente em questões técnicas.
Com a integração da DeepMind ao Google, Hassabis ganhou poder, mas também precisou ceder. O laboratório que fundou com foco em pesquisa aberta e ética passou a operar com mais sigilo, limitando publicações para proteger a liderança da empresa. O movimento provocou a saída de vários funcionários, insatisfeitos com a nova orientação comercial da unidade.
Um de seus momentos mais simbólicos foi ter assinado o comunicado em que o Google revogou o compromisso de 2018 de não usar IA para fins militares, uma linha ética que ele próprio havia ajudado a traçar.
De acordo com o Business Insider, há rumores de que Hassabis possa suceder Pichai no comando do Google. Pessoas próximas, no entanto, duvidam que ele deseje assumir um império publicitário, enfrentar disputas políticas internas e ser cobrado por acionistas. “Ele quer curar o câncer”, resumiu um ex-executivo.
Mesmo assim, a expansão de sua influência é evidente: o Google DeepMind já absorveu o time responsável pelo chatbot Gemini e plataformas internas como o AI Studio.